Mudanças climáticas podem agravar doenças do milho

Um estudo realizado por pesquisadores de um projeto em impactos causados pelas mudanças climáticas revelou maior incidência de doenças na cultura do milho, provocadas por um agente específico, a cigarrinha Dalbulus maidis. O programa chamado de  Climapest foi Iniciado em janeiro de 2009.

Os estudos indicam previsão de aumento dos enfezamentos, doenças causadas por microrganismos denominados molicutes e transmitidos por essa cigarrinha, em regiões onde a temperatura média deverá ser mais alta, como o Centro-Oeste brasileiro. Quando a incidência de enfezamentos é alta, os prejuízos também são severos, podendo haver até a perda total da produção.

Os prognósticos vêm sendo feitos com base nos mapas para o clima, no futuro, divulgados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), e nas condições que conhecidamente influenciam em cada doença do milho. Segundo a pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), Elizabeth de Oliveira Sabato, é possível que as condições da temperatura ambiente sejam um dos principais fatores determinantes da predominância de fitoplasma ou de espiroplasma sob condições de campo. O fitoplasma é causador do enfezamento vermelho na cultura do milho, enquanto o espiroplasma provoca o enfezamento pálido.

Pertencentes à classe Mollicutes, ambos são disseminados pela cigarrinha Dalbulus maidis e a infecção das plantas por esses molicutes causa danos na fisiologia, nutrição, desenvolvimento e na produção do milho. Além disso, também podem causar redução no crescimento das espigas e, ainda, prejudicar a formação de grãos, ou o enchimento dos memos. Ainda de acordo com a pesquisadora, o fitoplasma necessita de temperaturas mais elevadas para sua multiplicação em relação ao espiroplasma, daí a projeção de maior incidência para o enfezamento vermelho.

"Pode-se prever, com base nesses resultados, que os aumentos da temperatura ambiente, previstos para as mudanças climáticas nos anos futuros, poderão proporcionar condições ambientais mais favoráveis aos danos pelo enfezamento causado por fitoplasma, na cultura do milho", explica a pesquisadora. Algumas plantas se tornam totalmente improdutivas, e as mais infectadas secam precocemente. Quanto mais elevadas forem as temperaturas, mais as doenças são favorecidas e, portanto, mais prejudicadas ficam a produção e o desenvolvimento das plantas.

O projeto Climapest é liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e conta com a participação de 37 instituições, sendo 16 unidades da Embrapa e 21 entidades parceiras, entre universidades, institutos de pesquisa e empresas privadas.

 

Fonte: Embrapa Adaptaçõa: Revista Agropecuária  

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