Culturas de inverno: Alternativa de volumoso

Um dos grandes desafios da pecuária leiteira é, sem dúvida, a produção de volumosos. Isso se explica, principalmente, pela sazonalidade na produção de forragem, ou seja, concentração de produção apenas no período das águas. Uma das alternativas para contornar essa situação é o cultivo de forrageiras de inverno, que possibilita o aproveitamento de áreas ociosas, otimiza a utilização da terra e disponibiliza volumosos de grande valor nutritivo para o rebanho, durante o período seco.

A implantação da cultura de inverno é bastante interessante, por suceder culturas como a de sorgo, milho na safra ou safrinha, e até mesmo na forma de sobre-semeadura, em pastagens de gramíneas tropicais irrigadas, que não respondem bem ao baixo foto-período, que é o que ocorre a partir de maio, aqui na região. A aveia preta, aveia branca, alfafa, nabo forrageiro e trevo são algumas opções de forrageiras a serem utilizadas.

Como opções de utilização, na dieta de vacas leiteiras, podem ser fornecidas na forma de feno, pré-secado, pastejo ou ainda picado no cocho, que seria uma alternativa interessante para animais de alta produção, pois são forragens de alto valor nutricional, podendo atingir níveis acima de 20% de proteína bruta na matéria seca, além de possuir uma fibra de alta digestibilidade. Junto a esses benefícios essas forragens podem servir como cobertura morta em sistema de plantio direto, melhorando as condições químicas e físicas do solo, e em sistemas de produção que preconizam o pastejo, possibilitando a economia na alimentação concentrada.

Um trabalho realizado na fazenda Oasis, na Zona da Mata mineira, avaliou-se a implantação de culturas de inverno para os animais em lactação. Foram usadas as culturas, azevém consorciada com trevo em uma área, e aveia preta em outra. A taxa de lotação dessas áreas foi de 8 /Unidade Animal, com período de ocupação de 1 dia por piquete. O manejo alimentar foi realizado da seguinte forma: a dieta contou com 55% da matéria seca do volumoso, provinda das culturas de inverno e 45% da silagem de milho, com o pastejo realizado no período entre as ordenhas.

O custo de implantação do azevém mais trevo foi de R$ 1502,5/ha e da aveia preta foi de R$ 1091,3/ha, incluindo os custos de mão-de-obra e depreciação dos equipamentos de irrigação. A análise econômica para avaliar a viabilidade das culturas de inverno foi realizada, constatando-se uma economia de 1300,0 R$ com alimentação volumosa e concentrada do rebanho. Além de proporcionar um aumento de 2 L/ vaca/dia, redução da CCS (Contagem de células Somáticas) observada pela realização do Teste CMT (avalia a perda de produção de leite causado por mastite sub-clínica) , redução dos problemas de casco e casos de mastite clínica.

Assim, mais uma vez, a iniciativa em trazer novas tecnologias para os produtores de leite da região obteve sucesso, mostrando que a utilização das culturas de inverno na região é economicamente viável, além de trazer outros inúmeros benefícios ao pecuarista.

 

Por: Leonardo J. A. do Amaral - Graduando em Engenharia Agronômica ( UFV )

 

Conheça o Curso de Manejo Intensivo de Pastagens para a Bovinocultura

 

 

Veja outros artigos da Revista Agropecuária:

Como proceder à calagem do solo Nova técnica pode resolver problemas de pecuária, em tempo seco Conheça uma forma de adubação mais econômica e eficiente  

Quer ficar informado? Cadastre-se e receba nossas novidades diariamente!

Digite seu e-mail: 

Artigos

Sites relacionados
Revista Veterinária Revista Veterinária Portal Suínos e Aves Tecnologia e Florestas
© 2024 Revista Agropecuária. Todos os Direitos Reservados.