Uso de tecnologias diminui infestação de buva na lavoura

Os produtores rurais de Mato Grosso do Sul, a partir de 1º de outubro deste ano, já puderam iniciar o plantio da soja, ano safra 2011-2012, de acordo com as especificações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para cada município. A nova data do zoneamento agrícola foi autorizada pelo Mapa a partir de análises de elementos climáticos como precipitação pluvial, temperatura do ar e fotoperíodo.

Se a antecipação do plantio da soja veio ao encontro das necessidades dos agricultores, os produtores precisam ficar atentos a outros detalhes, como a presença de buva na lavoura, uma planta daninha que tem se espalhado rapidamente pelas lavouras em MS por falta de manejos básicos: ausência de cobertura do solo, inexistência de rotação de culturas e de herbicidas, além da facilidade de propagação de sementes de buva pelo vento, facilitando sua infestação.

As plantas daninhas competem com a cultura por água, luz, nutrientes e espaço físico. A soja, ao competir com uma alta densidade de buva resistente ao glifosato, que não foi controlada eficientemente pela dessecação, não terá um bom desempenho. Por isso, a recomendação para evitá-la é fazer o manejo contínuo, por meio de rotação de tecnologias e de princípios ativos de herbicidas recomendados, em três momentos: primeiro, o manejo de inverno; segundo, o manejo de dessecação pré-plantio e o terceiro, manejo pós-plantio.

Depois do aparecimento da buva na lavoura, é mais difícil eliminá-la, porque esta planta daninha, que pode produzir até cem mil sementes por planta, dissemina-se rapidamente. Produtores com lavouras infestadas por buvas com mais de 10 - 15 cm de altura podem encontrar dificuldade no seu controle, já que elas formam um banco de sementes muito rico no solo desprotegido, devido ao alto número de sementes produzidas. Mas não é impossível. São necessários de três a cinco anos de manejo correto para que o número de sementes no solo comece a reduzir e livrar a lavoura dessa planta daninha.

Em Mato Grosso do Sul, a espécie de buva predominante é a /C//onyza bonariensis/ e possui, no Brasil, biótipos com resistência ao glifosato. Se o problema é resistência ao glifosato, herbicida muito usado para controlar a infestação de plantas daninhas em diversas culturas, o produtor precisa trocar o produto por outro que seja recomendado para a soja, para o controle da buva e, ao mesmo tempo, para a modalidade de aplicação na qual ele será utilizado.

*Como detectar o problema *

O pesquisador da área de manejo de plantas espontâneas da Embrapa Agropecuária Oeste, Germani Concenço, explica que o produtor rural precisa responder a cinco perguntas para saber se a lavoura está com problema de infestação por buva resistente ao herbicida glifosato. A tecnologia de aplicação está correta? Houve falha de controle de uma única espécie apenas?O herbicida é aplicado e o manejo realizado de forma repetitiva? O herbicida vem gradativamente perdendo eficiência? O herbicida controlou outras espécies na área?Se todas as respostas forem afirmativas, há problema de infestação por buva resistente.

*Manejo *

O ideal é que o produtor faça o manejo cultural para o controle da buva por meio Sistema Plantio Direto (SPD), rotação de culturas, consórcios de cultivos e Integração Lavoura-Pecuária (ILP). Isso impede a seleção de espécies de plantas daninhas que se adaptaram a práticas de manejo utilizadas na cultura da soja e do milho, e tornaram-se dominantes. O uso de sistemas conservacionistas protege o solo ao longo da estação seca, através da formação de palhada, evitando a variação térmica do ambiente e reduzindo a incidência de luz, fatores que proporcionam maior germinação das sementes de buva. "Sem luz, a buva não germina", diz Concenço.

Mais um cuidado durante o manejo é a prevenção, como a pré-limpeza do maquinário levado para a lavoura e a compra de sementes certificadas. "Tem que se pensar na buva quando estiver plantando o milho, a forrageira no manejo de inverno, na pré-dessecação, e no pós-plantio da soja. O manejo da buva deve ser contínuo e integrado, ao longo do ano, para que o controle seja realizado de forma eficiente", afirma Concenço.

Autora: Silvia Zoche Embrapa Agropecuária Oeste  

Conheça o Curso de Irrigação e Manejo de Pastagem

 

Veja outras notícias da Revista Agropecuária:

Produtividade da soja é melhorada com aplicação de micronutrientes Culturas de inverno: Alternativa de volumoso Como proceder à calagem do solo    

Quer ficar informado? Cadastre-se e receba nossas novidades diariamente!

Digite seu e-mail: 

Agricultura

Destaques

Notícias

Sites relacionados
Revista Veterinária Revista Veterinária Portal Suínos e Aves Tecnologia e Florestas
© 2024 Revista Agropecuária. Todos os Direitos Reservados.