O resultado do cruzamento das raças nelore e angus, denominada brangus, entusiasma o proprietário de uma fazenda na região de Uruguaiana, no Pampa Gaúcho, divisa do Brasil com Argentina e Uruguai. Local plano, vegetação uniforme, apropriado para conduzir a boiada.
A fazenda é pioneira no melhoramento genético, na pecuária do Rio Grande do Sul. Os proprietários Eduardo Macedo Linhares e Maria Helena, também produtores de arroz, o conta com a participação dos cinco filhos nas atividades agropecuárias.
A produção é de mais de três mil bezerros, na Estância São Pedro, que tem nove mil hectares. A partir de um trabalho de aprimoramento genético, produz 350 touros brangus por ano. Sua pelagem pode ser preta ou vermelha. As qualidades reunidas nesse cruzamento são a rusticidade e tolerância ao calor, do zebu, com a habilidade materna , precocidade sexual e a qualidade da carne do angus.
A pastagem nativa é a base da alimentação desses animais. O trevo branco e o cornichão, assim como o azevém entram como complemento alimentar no inverno. Entretanto, no verão, por ser muito seco, existe a necessidade de alimentá-los com ração, para que o novilho esteja pronto para o abate, aos 30 meses ou um touro possa atingir, na época de monta, 700 kg.
Sempre observando os animais no campo ou no curral, Angela Linhares da Silva é a filha mais velha de Eduardo e a veterinária responsável pela seleção genética do plantel. Mostra as características ideais de um brangus. "O animal precisa ser bem equilibrado, comprido e com bastante arqueamento de costela, para andar e aumentar a capacidade respiratória".
Na época do desmame, acontece a primeira etapa de avaliação de desempenho dos animais, em torno dos sete meses de idade dos bezerros. A segunda ocorre aos 18 meses, fase conhecida como sobreano. Avalia-se, então, a quantidade de carrapato em cada animal. "È importante para identificar quais linhagens são mais resistentes à infestação".
O histórico das vacas e a qualidade do sêmen também fazem parte da avaliação, além do desempenho dos bezerros, época em que se comparam os animais com os de outros planteis.
Depois de se utilizar, em uma única estação de monta, o sêmen dos brangus, os animais são vendidos em leilões, para outros criadores. O principal objetivo do proprietário, segundo João Paulo Schneider, seu genro, é a venda de tourinhos brangus, e não de sêmen. .
Outra propriedade, que produz touros com o objetivo de comercialização, no Brasil Central, a Fazenda Pitangueira, possui o hereford como raça-mãe, um animal forte, de porte médio, cara bem peluda, totalmente branca, e orelha pequena. É uma raça de origem inglesa criado no Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Estados Unidos, Argentina e Uruguai.
Cruzado com o nelore, assim, chega-se ao braford, no Brasil. A precocidade sexual é uma de suas vantagens. As novilhas já podem ser inseminadas aos dois anos. A seleção genética do plantel começa em um lote de vacas recém-paridas, no campo mesmo, com os bezerros de dois a três dias de vida. Eles são pesados e identificados por brincos e tatuagens e, aos dois anos, já estão prontos para o abate, o que aconteceria, somente aos três anos, com o gado nelore. São criados a pasto, com azevém e aveia, além de receberem um suplemento na terminação.
O que importa saber, nesse cruzamento, é se esse animal consegue adaptar-se à região brasileira, com o maior rebanho do país, o do Centro-Oeste.
Fonte: G1
Adaptação: Revista Agropecuára
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