Biossegurança é o tema mais importante na discussão sobre biotecnologia arbórea

A valorização do carbono florestal e a biotecnologia arbórea são dois temas importantes a serem discutidas entre empresários, a sociedade e a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), durante a Conferência das Nações Unidas para um Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece de 13 a 22 de junho deste ano, no Rio de Janeiro.

A Associação reúne 48 empresas que respondem por 80% da produção nacional de papel e empregam 690 mil pessoas. Tudo isso resulta no Brasil como o quarto maior produtor mundial de celulose e ocupante do décimo lugar no ranking dos produtores de papel. A valorização do carbono é importante porque o Brasil é o único país que tem 100% da produção de celulose e papel vinda de florestas plantadas.

O tempo de maturação das árvores é de sete anos e é exatamente no primeiro setênio que a floresta absorve mais carbono da atmosfera. Essa absorção feita pelas florestas plantadas, cerca de 1,3 bilhões de toneladas, equivale a mais da metade de todas as emissões de carbono do Brasil em 2005.  Por isso, segundo Elizabeth de Carvalhaes, presidente- executiva da Bracelpa, é importante haver a criação de uma política do governo brasileiro e da comunidade internacional que reconheça o crédito de carbono florestal.

Quanto à biotecnologia arbórea, que consiste no plantio de árvores geneticamente modificadas é um tema mais delicado. De acordo com a presidente- executiva da Bracelpa, o assunto envolve uma contestação emocional a ser resolvida na cadeia produtiva, e necessita de uma discussão política, institucional, científica, uma vez que a transgênese está ligada à biossegurança, que segundo ela "é o tema mais importante na discussão do plantio de árvores geneticamente modificadas e precisa ser amplamente debatido". O uso do recurso da biotecnologia arbórea estaria relacionado ao objetivo de atender a escassez de terras no mundo todo e a necessidade do setor de produção de celulose em aumentar a produtividade. Segundo a Bracelpa, o consumo de embalagens deve crescer 2,6% ao ano até 2013. Se isso acontecer, serão necessários 77 milhões de toneladas de celulose para atender a demanda, o que a produção mundial de 53 milhões de toneladas não supriria a necessidade. De outro modo, essa diferença poderia ser compensada pela biotecnologia, por poder produzir árvores com menor tempo de maturação, aumentando a capacidade de produção.

Todas as empresas de papel e celulose no mundo estão desenvolvendo pesquisas sobre biotecnologia. Pela legislação atual, as pesquisas são permitidas, mas o comércio de madeira transgênica só poderá acontecer após a criação de um marco regulatório no país e da aprovação dos órgãos internacionais. As discussões sobre o tema começaram agora e devem durar cerca de três anos. Ao mesmo tempo, a indústria continuará desenvolvendo pesquisas.

De acordo com um estudo da Bracelpa, a biotecnologia arbórea terá benefícios econômicos como melhoria da produtividade com o mesmo investimento e a redução dos custos de produção e aumento da competitividade. Entre os benefícios ambientais estaria o maior controle de pragas e doenças. Já as vantagens sociais seriam: o atendimento de demandas geradas pelo crescimento mundial, melhoria na educação e capacitação profissional; e maior geração de emprego e renda.

Fonte: Painel Florestal

Adaptação: Revista Agropecuária

     

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