Confinar 2012 esclarece dúvidas sobre a pecuária e quebra mitos sobre a emissão de metano

O pesquisador Tiago Zanett Albertini, pós-doutorando da Embrapa, apresentou no Confinar 2012, a palestra Confinamento X Sustentabilidade: verdades e mitos, debatendo um dos temas mais polêmicos do momento divulgado pela mídia em geral, que é a emissão de metano pela pecuária.

Na palestra, o pesquisador falou sobre a emissão de metano pela fermentação entérica (produzida no rúmen) dos bovinos. Utilizando dados de um estudo, Albertini apresentou a estimativa de emissões mundiais de metano ao ano, a qual chega a 689 milhões de toneladas métricas. Desse total, 30% são produzidos por fontes naturais (como pântanos, oceanos, etc.) e 70% pelo homem ou pela ação do homem, dos 60% é correspondente à participação da agropecuária.

O valor correspondente à agropecuária reserva, aproximadamente, um terço de seu percentual para a fermentação entérica, incluindo aqui todos os animais domésticos. Segundo esses dados, o gado então não seria o principal ou o forte responsável pela emissão de gases de efeito estufa (GEE). O estudo também aponta que a conversão em CO2 das emissões de metano pelos animais, em decorrência da fermentação entérica, equivaleria a 2,7% das emissões globais de GEE.

Baseado em estudo de Monteiro (2009), o pesquisador, sustenta que para cada quilo de carcaça produzida são registradas 780 gramas de metano, a nível nacional. No caso de uma produção intensificada a pasto pode ocorrer uma redução sensível, de 29% no total de metano emitido. Em caso de haver uma integração do pasto ao sistema de confinamento, a redução é de quase 40%. Segundo o pesquisador, a redução aumenta mais ainda quando cresce a eficiência alimentar do gado ou quando outras formas de mitigar ou reduzir as emissões são utilizadas.

Uma medida que também pode ser positiva nesse contexto de redução do gás de efeito estufa é que seja contemplado, nos modelos utilizados para inventariar os GEE, o carbono sequestrado pelas pastagens e estocado no solo. A contabilidade desse dreno permitirá uma abordagem mais adequada do balanço de carbono nos sistemas de produção de bovinos.

Albertini também apresentou, na palestra, outro tema, que foi a projeção do agronegócio e a intensificação da produção. Segundo o pesquisador, o Brasil tem se configurado como um dos principais exportadores de carne bovina no mundo. Utilizando modelos de simulação de Barioniet al. (2012), Albertini apresentou uma sondagem sobre o crescimento do rebanho bovino, segundo a qual este tende a aumentar nos próximos anos, se adequando à necessidade da demanda.

Segundo essa sondagem, a área de pastagem está diminuindo, o que comprova que está crescendo o confinamento, que é uma forma de atividade mais eficiente, que complementa o sistema a pasto.

A palestra também deu ênfase à pecuária intensiva, ajudando a esclarecer quanto à quantidade de volumoso a se utilizar nesse sistema, bem como outras dúvidas sobre o que é mais rentável e mais ecologicamente correto.

  Fonte: Rural Centro e SRB Adaptação: Revista Agropecuária      

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