Estoque emergencial de alimentos será discutido no G20

A seca extrema que atingiu as regiões produtoras de cereais dos Estados Unidos, da Rússia e da Ucrânia levou à disparada dos preços de alimentos como milho, soja e trigo, fazendo surgir propostas de criação de estoques de grãos para prevenir novas escaladas dos preços.

O jornal Wall Street Journal informou que uma proposta defendida pela França para tentar reduzir a volatilidade dos preços dos alimentos por meio da formação de estoques emergenciais está recebendo respostas distintas de grandes exportadores e especialistas da indústria. Eles temem que as dificuldades para colocar em prática a iniciativa podem sobrepor o seu efeito humanitário.

O presidente da França, François Hollande, convocou uma reunião de emergência dos ministros de Agricultura do G-20 para outubro. A iniciativa foi anunciada depois de Hollande ter se reunido com o diretor da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, que acredita que a manutenção de estoques de alimentos é uma boa estratégia para estabilizar preços.  O relator especial sobre direito à alimentação da ONU e principal analista de alimentos da entidade, Olivier de Schutter, advertiu que o período não é o ideal para esse tipo de movimento. "Agora é um mau momento para formar estoques de alimentos, com o nervosismo nos mercados e safras pouco volumosas em regiões produtoras de grãos", afirmou. "Essas políticas devem ser concebidas de antecedência, e não serem ditadas por avaliações de curto prazo".

Especialistas da indústria também estão em dúvida sobre o real benefício do fórum do G-20. "A questão é se faz sentido armazenar em um momento em que o mercado já está tão apertado que qualquer demanda extra para constituição de estoques pode agravar a alta dos preços, precipitando uma espiral de compras motivadas por pânico e acumulação", disse Rob Bailey, pesquisador sênior de meio ambiente, energia e recursos da consultoria britânica Chatham House.

A logística da proposta francesa também é questionada. "A logística por trás do armazenamento de alimentos, ainda mais envolvendo vários governos, tem outra camada de complexidade", afirmou Erin Fitzpatrick, analista de commodities do Rabobank. "Há que se avaliar o investimento em infraestrutura e em monitoramento da qualidade dos grãos estocados ao longo do tempo. Erin ainda questionou sobre o financiamento de onde virá e quem irá absorver os custos de transporte; e como seriam escolhidas as commodities armazenadas e qual país terá acesso a elas primeiro em épocas de crise".

Fonte: Pork Word

Adaptação: Revista Agropecuária

 

 

 

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