A escolha do melhor sistema e estação reprodutiva para a Reprodução ovina

A escolha da época deve ser baseada em uma série de variáveis respeitando-se as condições climáticas da região, a capacidade de reprodução do macho e da fêmea, a disponibilidade de alimento durante os períodos de nascimento das crias e de lactação, entre outros.

Para a escolha da melhor época de acasalamento passa por três requisitos básicos: deve corresponder ao período de maior atividade sexual das ovelhas e de melhor produção de sêmen pelos carneiros no caso de raças sazonais; permitir o nascimento dos cordeiros em uma época favorável para a lactação da ovelha e para a sobrevivência da cria; considerar o melhor momento para a comercialização dos produtos.

Para uma maior eficiência reprodutiva, deve se observar também se as matrizes estão ganhando peso (status anabólico) durante todo o período de acasalamento. As ovelhas que ganham peso antes e durante o período de acasalamento apresentam maior fertilidade, resultando em menor número de ovelhas vazias, bem como maior taxa de partos gemelares.

As ovelhas são consideradas poliéstricas estacionais por apresentarem ciclos estrais em uma determinada época do ano, ou seja, os acasalamentos ocorrem numa determinada "estação" do ano e se dão de forma cíclica. O comportamento estral é observado quando ocorre redução da luminosidade, mais precisamente no final do verão, outono e início do inverno. De fato, a ovelha apresenta estro ("cio" = aceita a cobrição pelo macho), em média, a cada 17 dias e no período do ano em que o foto período está diminuindo, ou seja, desde o final do verão e outono adentro. Este padrão ocorre principalmente na região Sul do Brasil e nos criatórios de ovelhas de raças europeias. Nos criatórios de ovelhas deslanadas localizados nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, a estacionalidade reprodutiva é menos marcada, e os animais podem ser para fins de manejo, considerados "poliéstricos contínuos".

No caso de fêmeas sazonais, a época do ano destinada à estação reprodutiva, quando se objetiva um parto ao ano, deverá ter início 90 a 100 dias antes do início do inverno. Dessa forma, o período de maior fertilidade dos animais é aproveitado, podendo inclusive minimizar os custos com a nutrição da matriz no pré e pós-parto. Entretanto, nesse caso, deverá existir a preocupação com a alimentação dos cordeiros após o desmame.

Quando a raça trabalhada não apresentar estacionalidade reprodutiva, devem-se levar em conta os aspectos econômicos e realizar a estação de monta visando o abate dos cordeiros nos meses do ano em que a demanda é maior. Este recurso também pode ser utilizado em raças sazonais, porém será necessária a utilização de ferramentas (tratamentos hormonais, programas de luz, "flushing", entre outros) para que as matrizes entrem em cio na época esperada.

Dependendo do nível de intensificação da propriedade e observando os fatores (disponibilidade de alimentos, época de abate, facilidade de manejo), pode-se trabalhar com uma ou mais estações reprodutivas durante o ano.

Em sistemas pouco intensificados geralmente é utilizada apenas uma estação de monta por ano, na qual o lote de matrizes fica com o reprodutor por um período pré-estabelecido, que em geral é de dois a três meses. Utilizando apenas esse recurso já é possível concentrar os períodos de nascimento, de desmama e de abate. É importante ressaltar que essa concentração de nascimentos pode não ser interessante dependendo do objetivo da criação. Em alguns casos particulares, a manutenção do reprodutor com as matrizes ininterruptamente durante todo o ano pode ser a alternativa mais viável.

Nos sistemas de baixa a média intensificação, pode ser definida duas estações reprodutivas por ano, sendo necessário dividir as matrizes em dois lotes, obtendo dois períodos de nascimento e dois de abate a cada ano. Para sistema mais técnico, há ainda a opção de realizar três estações por ano. Independente do sistema escolhido para realizar os acasalamentos, a adoção de manejo sanitário e nutricional adequados antes e durante as épocas de cobertura é obrigatória. Cuidados especiais devem ser tomados no terço final da gestação e após o parto quando ocorre a maior exigência nutricional das fêmeas para a engorda do cordeiro e lactação.

Fonte: Rural Centro

Adaptação: Revista Agropecuária

 

 

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