Planejamento é fundamental para obter bom resultado na atividade leiteira

A produção de leite exige alto investimento em benfeitorias, máquinas, animais e, em alguns casos, também em terra. Na atividade leiteira, os riscos advindos de questões climáticas, biológicas ou econômicas são maiores do que em outros setores agropecuários.

O produtor que deseja investir nesta atividade deve ter esse conhecimento, pois o risco existe e o produtor precisa estar preparado para enfrentar as condições adversas de preço e mercado para o produto. Ou seja, o produtor precisa ter fôlego para enfrentar as adversidades por um período de tempo, pois o prejuízo de abandonar a atividade leiteira tem alto custo, tão grande quanto o da entrada na atividade. Sendo assim, em qualquer decisão na atividade leiteira é necessário considerar, no mínimo, os resultados de 24 meses.

Os resultados obtidos em um período curto de tempo, não é um indicador seguro, nenhum produtor deve decidir iniciar-se na produção de leite ou deixá-la para trás baseado em resultados obtidos no curto prazo. Isso porque, a médio ou em longo prazo, é possível ter uma dimensão mais realista da situação. Analisando os resultados dos custos de produção, dos indicadores técnicos e econômicos, assim como o preço médio do leite, por um período mais longo, o produtor tem condições de tomar uma decisão e adotar medidas acertadas para seu negócio.

A produção de leite é uma atividade de longo prazo. Seus resultados técnicos e econômicos são mais lentos, não se alteram os indicadores reprodutivos do rebanho de um dia para o outro e não se aumenta a produtividade das vacas com um passe de mágica. Para ter sucesso na atividade, além de gostar de leite, ter vacas e dinheiro são necessário muito trabalho, competência, paciência e persistência.

Para melhorar os indicadores reprodutivos e a produtividade, o produtor deverá cuidar da alimentação, do manejo e da genética do rebanho. Todos esses fatores normalmente produzem resultados lentos. No caso da genética, é preciso um mínimo de doze meses e até três a quatro anos para que o melhoramento seja percebido.

Esse setor requer um investimento alto. O aumento da produção normalmente vem acompanhado de utilização mais intensa de insumos, que eleva o custo operacional efetivo. Quanto maior o investimento maior é a chance de lucratividade. Em contrapartida, mais investimentos e mais ganho também resultam em risco maior. Isso porque a aposta é a mais alta e há riscos que fogem à previsibilidade. Com maior custo, o preço mínimo do litro para cobri-lo precisa ser maior; portanto, aumenta o risco da atividade.

Christiano Nascif, Zootecnista, coordenador de Assistência do PDPL-RV e coordenador técnico do Projeto Educampo/ Sebrae, alerta para o fato de que poucos produtores e técnicos alertam para essa questão. "Alta quantidade de leite é muito boa quando há lucro, que é a diferença da renda bruta da atividade menos todos os custos (fixos + variáveis); entretanto, se o resultado for negativo, quanto maior a quantidade produzida, maior o prejuízo". Nem sempre as maiores produção e produtividade levam aos maiores ganhos. Isso é válido para quase todas as atividades agropecuárias.

De acordo com o zootecnista, Cristiano Nascif, para equilibrar o negócio, é necessário que o produtor conheça os resultados. Para isso ele precisa estar ciente do custo médio da produção de leite no último ano; qual o preço médio recebido; como está a produtividade das vacas, da mão de obra e da terra.

Uma forma de obter essas respostas é dialogando com o técnico responsável pela fazenda para elaborar uma melhor forma de gerenciar o negócio.

Fonte: Gir Leiteiro

Autor: Christiano Nascif - Zootecnista, coordenador de Assistência do PDPL-RV e coordenador técnico do Projeto Educampo/ Sebrae. Adaptação: Revista Agropecuária  

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