Indústria de alimentação animal no Brasil

O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) divulgou na última semana que a indústria de alimentação animal no Brasil deve fechar 2012 em queda. De acordo com a previsão o setor deve terminar o ano com um recuo de 3% na produção, na comparação com o registrado em 2011.

A avaliação da entidade é de que as empresas terminem dezembro com 62 milhões de toneladas de ração e 2 milhões de toneladas de sal mineral produzidas, enquanto, no ano passado, esses valores chegaram a 64,5 milhões e 2,35 milhões, respectivamente.

De acordo com Ariovaldo Zani, vice-presidente do Sindirações alguns problemas possibilitaram a baixa na indústria de alimentação animal. Dentre eles o alto custo do farelo de soja e do milho, as  informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no início de dezembro mostra que a saca de 60 kg de soja está em torno de R$ 65 a R$ 70, valor duas vezes maior do que o registrado em janeiro, devido à forte estiagem na Argentina e no Brasil.

Por causa da estiagem no cinturão produtor dos Estados Unidos, o preço da saca do milho cresceu 40% nos primeiros 20 dias de julho e está em torno de R$ 27 a R$ 29. O vice-presidente do sindicato destacou, por exemplo, que as rações produzidas apenas para a indústria de frangos de corte e de suínos são formuladas com quase 90% da mistura de milho e de farelo de soja. O impacto é ainda maior porque, juntas, essas duas áreas demandam mais de 70% das rações produzidas no Brasil.

Outro fator que deve ser levado em consideração é o valor pago aos produtores, que, segundo Zani , é muito baixo. "A descapitalização de muitos produtores independentes vem reduzindo o rebanho de suínos ao longo do ano, além do alojamento de matrizes, pintinhos e o abate de aves, que perdeu fôlego nos últimos meses". Além disso, a desaceleração no ritmo de exportação da carne também empurrou o setor para baixo, o que deve se acentuar agora que países ameaçam suspender as compras do produto, devido ao caso "não clássico" de vaca louca registrado no Paraná. "A indústria de alimentação animal local tem se esforçado para suavizar os desafios contemporâneos e contribuído para a sustentabilidade da cadeia de produção de proteína animal brasileiro", disse o vice-presidente executivo do Sindirações.

Para o próximo ano é possível que as indústrias de alimentação animal global e brasileira consigam compensar as perdas acumuladas de 2012, destacou Zani. A convergência de alguns fatores se torna necessária, para que isso ocorra, como a emergência da nova classe média brasileira e seu potencial de consumo, a recuperação dos empregos nos EUA e o redirecionamento dos investimentos para o mercado doméstico na China.

Fonte: Revista Globo Rural

Adaptação: Revista Agropecuária

 

 

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