Para evitar a perda da qualidade da carne suína durante o período pré-abate alguns cuidados devem ser tomados

Para evitar a perda da qualidade da carne suína durante o período pré-abate alguns cuidados devem ser tomados.  Nesta etapa da produção, o manejo pré-abate tem papel fundamental no bem-estar animal e na qualidade das carcaças.

As seguintes ações consistem no manejo pré-abate de suínos: jejum alimentar de 8 a 12 horas pré-embarque, embarque para o frigorífico, tempo de transporte, a mistura de grupos sociais, a espera no abatedouro e a condução ao abate. Se essas ações não forem conduzidas de forma adequada, podem acabar provocando uma perda de qualidade na carne suína.

A perda ocorre devido ao aparecimento de hematomas e escoriações na carcaça e de anomalias como carne pálida, flácida e exsudativa ou de carne escura, firme e ressecada. Essas alterações são provocadas pelo estresse do animal durante a ocasião do transporte e acabam por resultar em prejuízos aos produtores, à indústria e aos consumidores. Além disso, caso o jejum alimentar não seja realizado corretamente pode ocasionar contaminações nas carcaças durante o processo de abate devido alimento no estômago.

Na fase de terminação do suíno é que se realiza o jejum que dura até o abate. Nesse período, os animais permanecem sem acesso a alimentos sólidos (ração), mas devem ter livre acesso à água. Esse manejo é de grande importância para o produtor de suínos e para os abatedouros, pois contribui para a economia de ração; redução da taxa de mortalidade durante o transporte; aumento da velocidade e facilidade no processo de evisceração; redução no volume de dejetos e padronização no rendimento das carcaças e da qualidade da carne.

O estresse no transporte se resume aos seguintes fatos: com o veículo em movimento, os suínos tentam manter o equilíbrio ou brigam entre si para se livrar daqueles que se deitam por cima; medo de situações desconhecidas, ao estar fora da granja; estresse térmico, provocado pelo frio ou calor, devido à grande quantidade de suínos no caminhão e a má ventilação, fazendo com que os animais não consigam liberar o calor corporal; estresse provocado por condições inadequadas de embarque, desembarque e transporte, e também pelos empurrões, pancadas, quedas e pisoteamento; estresse causado pela falta de alimento antes do transporte; animais que não passaram pelo jejum alimentar antes do embarque sofrem devido a vômitos e morte súbita durante o transporte.

Após considerar o estresse e, a fim de evitar perdas econômicas consideráveis por um manejo pré-abate mal conduzido, existem algumas providências que podem ser tomadas como: seleção de animais do mesmo grupo para o transporte, alojados em baias próximas no caminhão; rampa de embarque e desembarque devem ter no máximo 15% a 20% de inclinação, além de piso antiderrapante e largura adequada à travessia dos suínos; acesso fácil e adequado entre a unidade de engorda, a rampa e o caminhão; evitar manejo violento (chutes e tapas) e, não utilizar bastão de choque elétrico, pois é doloroso e compromete a qualidade da carne; caminhões com carrocerias adequadas ao transporte de suínos; respeitar a densidade de animais para o transporte, ou seja, lotação do caminhão em Kg/m2; realizar transporte nas horas mais frescas do dia; evitar vento frio direto nos animais durante o transporte, principalmente no inverno; molhar a carga em dias quentes logo após o carregamento.

O bem-estar dos suínos e a qualidade desejada da carcaça no frigorífico estarão garantidos seguindo corretamente as recomendações.

Fonte: Show Rural

Autor(a): Ariana Weiss Sera - Médica Veterinária do Fomento de Suínos da Coopavel

Adaptação: Revista Agropecuária

 

 

 

 

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