Manejo de pastagem: como garantir oferta e qualidade o ano todo!

Manejo de pastagem como garantir oferta e qualidade o ano todo!Um dos grandes desafios dos pecuaristas de todo o mundo é garantir o fornecimento de pastagem durante todo o ano, em quantidade e qualidade suficientes para suprir as demandas energéticas do gado. Nem sempre a disponibilidade de volumosos é a mesma, em virtude de uma série de fatores, como clima, temperatura, dentre outros. Por isso, entender como realizar o manejo de pastagem é tão importante para o sucesso do rebanho.

Assim, é preciso que o produtor saiba elaborar um minucioso e eficiente planejamento, de modo que isso esteja diretamente relacionado a produtividade dos animais. Um dos primeiros passos para garantir esse objetivos, antes de realizar este projeto, é conhecer o clima, vegetação e relevo onde a criação do gado está inserida.

Em seguida, é preciso realizar o plantio, monitoramento da área, além de todas as ações de manejo que levem em consideração, por exemplo, o revezamento de animais por área, projeto de irrigação (se for necessário) e estocagem. Estes são apenas alguns exemplos básicos e resumidos das diretrizes a serem tomadas pelo criador, com vistas ao sucesso de seu negócio. 

Neste artigo, vamos abordar algumas dicas para o manejo de pastagem. O objetivo é ajudar os pecuaristas a terem volumoso, de qualidade, ao longo do ano. Confira!

Dicas para o sucesso no manejo de pastagem!

Para que o manejo de pastagem seja bem sucedido alguns pontos precisam ser levados em conta pelo produtor. O primeiro, e mais abrangente, é considerar que, no nosso país, existem duas estações bem definidas conhecidas como período das água e período da seca. Isso é importante porque a produção da pastagem varia ao longo do ano e, quando comparamos esses dois períodos, na seca a maioria das propriedade apresenta baixa produtividade e baixa qualidade das pastagens. Assim, o produtor que entende como esses períodos funcionam e se manifestam na sua região tem uma vantagem evidente no seu manejo.

A partir disso, como mencionamos brevemente, é preciso que o produtor saiba analisar e entender as características da propriedade. Isso porque, para o manejo de pastagens, não basta levar em consideração apenas as exigências do rebanho. É preciso realizar todo um reconhecimento de tipo de solo disponível, locais de plantação, relevo, tipo de vegetação, clima, enfim todos os fatores que, combinados, vão gerar uma pastagem que atenda às necessidades nutricionais da criação.

Assim, realizar uma análise do solo e da nutrição adequada para os objetivos do rebanho bovino são essenciais para o sucesso. Conhecendo o espaço e o objetivo nutricional, é possível determinar, qual o melhor tipo de manejo de pastagem para a propriedade, qual planta escolher, quantos animais são viáveis em cada espaço, enfim como será realizado o processo.

Por fim, a maior dica para o sucesso no manejo de pastagem é: conhecer bem a propriedade. Se o produtor possui objetivos bem definidos e as análises bem feitas, ele será capaz de aplicar ações que estejam alinhadas com o resultado desejado, sem forçar demais o terreno ou realizar investimentos que levem a prejuízos. Conhecer a propriedade evita gastos inúteis, garante a eficiência do terreno e do rebanho e permite a adaptação de modelos de manejos existentes às necessidades daquele projeto específico.

Tipos de manejo de pastagem

Considerando nossas dicas, para o criador de gado que conhecem sua fazenda, a escolha do tipo correto de manejo de pastagem é fundamental para um bom resultado. Isso se dá pelo fato de cada tipo ser melhor para um tipo de terreno, criação e vegetação. Assim, com as análises em mãos, é preciso pesar os prós e contras de cada um e determinar qual o melhor processo para a propriedade.

Dessa forma, os três principais tipos de manejo de pastagem são:

Manejo de pastagem contínuo

Neste modelo de manejo de pastagem, os animais são todos colocado em uma área determinada, sendo que, em sua maioria, o modelo é usado na pecuária extensiva. Este sistema de pastejo é, comumente, recomendado para áreas que sofrem com períodos de seca extrema, onde o ajuste de carga e o suporte da região é mais complicado. 

Além disso, os locais que aplicam esse sistema de pastejo usam o pasto abaixo da lotação. Isso faz com que seu uso seja comum em regiões que sofrem com seca e que tem dificuldade no ajuste de carga e suporte. Assim, como há um excedente da produção pela baixa lotação do pasto, o gado ainda tem oferta de forrageiras de boa qualidade do período de águas.

Como pontos positivos, vale destacar, que o pastejo contínuo requer menos mão de obra, já que não há necessidade de alternação na área dos animais. Contudo, como o rebanho ocupa sempre o mesmo lote, uma limitação é o excesso de pressão que os animais fazem sobre a forrageira. Nesse sistema é preciso ter cuidado com a qualidade do pasto, uma vez que a planta não consegue se revitalizar com a presença constante dos animais. 

Manejo de pastagem alternado

Com o sistema de manejo de pastagem alternado, o gado ocupa apenas uma área de pasto, tendo outros espaços reservados para uma troca futura. Esse troca deve ser realizada quando, de modo geral, a forrageira apresentar sinais de degradação ou já estiver, visivelmente, bastante consumida pelo rebanho. 

Assim, para a aplicação desse sistema, é feito o diferimento da pastagem. Esta ação consiste em fechar uma área de pastagem durante a safra, garantindo seu uso, e portanto oferta de alimento ao rebanho, na entressafra. Esse processo, comumente, é realizado ao final das chuvas de modo que o pasto não ultrapasse o ponto correto da colheita.

Uma grande vantagem desse sistema é o maior volume de forragem, com melhores taxas de produção e qualidade do produto. Além disso, com o sistema alternado, as plantas e o solo sofrem menos danos, mantendo sua qualidade durante todo o período de uso do espaço. 

Manejo de pastagem rotacionado

Como o nome sugere, o manejo de pastagem rotacionado é o uso da divisão do pasto em áreas menores, de modo que a alternância dos animais seja feita em períodos fixos de ocupação e descanso. Tudo isso, é claro, levando-se em conta as condições da pastagem e as necessidades do rebanho. 

Determinar os períodos de descanso e ocupação dos piquetes é fundamental para o sucesso desse sistema. Tais períodos são definidos levando-se em conta, principalmente, os seguintes fatores:

  • Chuva e precipitação;

  • Se a área é, ou não, irrigada;

  • Uso de fertilização;

  • Tipo e espécie da forrageira;

  • Categoria dos animais do rebanho;

  • Tamanho do lote;

  • Topografia do terreno;

  • Condições do solo.

Mesmo sendo necessário um planejamento mais elaborado, o manejo de pastagem rotacionado tem como principal vantagem o aumento da carga animal sem o prejuízo à forrageira e ao solo. Outro ponto positivo é que, com a rotação, as plantas acabam tendo uma razão folha/colmo aumentada, o que favorece a digestão e o valor nutricional.

Diante de tudo que foi dito, é sempre bom lembrar que, para o bom manejo de pastagem, as análises são essenciais. O conhecimento sobre a propriedade e a criação, auxiliam e garantem embasamento para as decisões do produtor, reforçando as possibilidades de sucesso. 

Por fim, é importante que o proprietário se veja capacitado para entender as análises, e aplicar o manejo de pastagem adequado para sua propriedade. Somente com conhecimento e capacitação é possível atingir os objetivos desejados.

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Fonte: Prodap e Embrapa

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