Renovação e recuperação de pastagens

A extensão territorial brasileira e a viabilidade econômica faz com que a produção pecuária se embase pela pastagem. A maioria das áreas com pastagens cultivadas se forem bem manejadas, são consideradas áreas com cultura perene, mas o que se verifica na prática é que grande parte destas pastagens (60 a 80%) apresentam algum grau de degradação, necessitando de ações de recuperação ou renovação destas áreas para atingir ou manter os índices de produção desejados pelo produtor.

A deterioração das pastagens pode ser vista como o processo evolutivo de perda de vigor, de produtividade e de capacidade de recuperação natural das pastagens para sustentar, economicamente, os níveis de produção e de qualidade exigida pelos animais, assim como o de superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e plantas daninhas, culminando com a degradação avançada dos recursos naturais, em razão de manejos inadequados. A degradação da pastagem, dependendo do grau em que ela esteja, pode provocar a redução na produção de forragem, o aparecimento de invasoras, a diminuição da área de solo coberta pela vegetação e a erosão do solo provocada pela chuva.

Quanto maior o grau de degradação da pastagem, maiores serão os custos financeiros e a necessidade de máquinas e equipamentos para a recuperação/renovação desta área, valendo a máxima que é sempre melhor prevenir do que remediar, estando o produtor atento às boas práticas de manejo da pastagem, evitando ações que ocasionem a degradação das pastagens e, consequentemente, comprometa a sustentabilidade do sistema de produção.

Para a manutenção da pastagem ações simples e diretas, com baixos custos operacionais, como ajustes nas taxas de lotação, a vedação da área e a realização de correções e adubações sem o revolvimento do solo são capazes de restaurar a produtividade da área.

Na Fase de Degradação da Pastagem, normalmente são necessárias ações mais drásticas e dispendiosas: necessidade de revolvimento do solo (arações e gradeações); correções e adubações mais pesadas com necessidade de incorporação; controle de pragas (cupins, formigas etc.); e controle químico ou mecânico de plantas invasoras. Finalmente, na Fase de Degradação do Solo serão necessárias práticas de conservação do solo (terraceamentos, diques de contenção, aterros etc.) bastante onerosas.

A recuperação de pastagem, conceitualmente seria o restabelecimento da produção de forragem, de acordo com o interesse econômico, mantendo-se a mesma espécie ou cultivar, enquanto que a renovação da pastagem seria o restabelecimento da produção de forragem, com a introdução de uma nova espécie ou cultivar em substituição àquela em degradação. A recuperação ou renovação da pastagem pode ser feita de maneira direta: sem a utilização de culturas anuais/agricultura; ou indireta: com o auxilio de culturas anuais/agricultura (por exemplo: milheto, sorgo forrageiro, milho, arroz, soja etc.), o objetivo desta prática é o de aproveitar a adubação residual empregada no pasto anual ou lavoura para recuperar a espécie da pastagem existente ou introduzida com menores custos.

Uma alternativa bastante interessante e eficiente de manutenção da produtividade de pastagens e de recuperação/renovação indireta de pastagens nos Cerrados do Brasil é o sistema de integração lavoura-pecuária. Este sistema permite um uso mais racional de insumos, máquinas e mão de obra na propriedade agrícola, além de diversificar a produção e o fluxo de caixa dos produtores. A integração lavoura-pecuária sugere um sistema de exploração em esquema de rotação, onde se alternam, em determinada área, anos ou períodos de pecuária com a produção de grãos ou fibras.

Para a implantação do sistema de integração lavoura-pecuária alguns requisitos são necessários, tais como, aptidão da área/região para a produção da cultura a ser utilizada, correções das limitações físicas e químicas do solo, disponibilidade de máquinas e implementos agrícolas, mão de obra qualificada e domínio da tecnologia de lavouras anuais e pecuária.

Fonte: Embrapa Gado de Corte

Autor: Miguel M. Gontijo Neto

Adaptação: Revista Agropecuária

 

 

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