As primeiras referências ao uso de óleos vegetais, no Brasil, são da década de 20. Até os anos 70, não foi dada muita importância a esses estudos devido ao preço acessível do petróleo importado. A partir da década 70, quando o crítico cenário energético mundial nos instigou a reduzir a dependência de petróleo importado, as pesquisas sobre óleos vegetais ganharam um grande incentivo.
A utilização do Biodiesel em propriedades rurais se torna cada vez mais interessante por ser mais barato que combustíveis fósseis e também por causar menor impacto ambiental. Além desses apresentados, os biocombustíveis apresentam vantagens como: baixo risco de explosão, são bons lubrificantes (garantindo, assim , maior vida útil do maquinário) e são mais fáceis de ser transportados e estocados devido ao menor risco de acidentes. Em relação ao funcionamento do maquinário, estudos apontam que a utilização de biodiesel não compromete o rendimento, além de não requerer qualquer tipo de modificação no motor para a utilização.
A partir de 2012, as comunidades rurais mais isoladas poderão se tornar mais independentes quanto ao problemático transporte de combustíveis. A novidade é um projeto que está sendo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal (MG). Trata-se de um craqueador de óleo vegetal para produção de biodiesel.
A equipe de pesquisa é formada pelo coordenador, o professor Luís Carlos Gouvêa, professor desta instituição, além os alunos do curso de Agronomia Alberto Amaral Gontijo e Wanderlei Henriques de Mendonça. Segundo o professor Gouvêa, o trabalho teve início em 2007, ano em que o projeto "Equipamento de Baixo Custo para Produção de Biodiesel" venceu todas as etapas do "Prêmio Técnico Empreendedor", tal concurso é promovido pelo Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
O equipamento permite que uma variedade de oleaginosas possa ser utilizada para a produção de combustível de alta qualidade, além de ter baixo custo.
De acordo com os responsáveis pelo programa, em desenvolvimento, o equipamento é de fácil manuseio e baixo custo de implantação na propriedade rural. A intenção do projeto é de que ele se torne acessível a pequenos e médios produtores de todo o Brasil. A capacidade produtiva do aparelho é de 100 litros de biocombustível por dia, utilizando-se oleaginosas como a soja, mamona, girassol e outras.
Estima-se que o Brasil produz cerca de 176 milhões de litros anuais. Espera-se que com o sucesso desse novo e promissor maquinário essa média seja potencializada.
As estratégias de inserção do equipamento, no mercado, estão sendo estudadas pela equipe responsável e somente após a adaptação do protótipo pela indústria será possível estimar o custo do equipamento, que terá um preço acessível às pequenas e médias cooperativas e/ou associações de produtores rurais do país, informa o coordenador do projeto.
Autor: Gustavo Mendanha Vicente - Agro- Plan Fonte: Portal Dia de Campo