Resistência aos desparasitantes em equinos

A resistência aos desparasitantes é um fenômeno semelhante à resistência aos antibióticos por parte de bactérias, que tanto afeta a saúde pública. Desparasitante é um produto que se administra ao hospedeiro definitivo (neste caso o cavalo) com o objetivo de eliminar organismos parasitas, sendo, no entanto, inofensivo ao administrante. Já a resistência é a incapacidade dos desparasitantes em eliminar parasitas do hospedeiro. O resultado é que o parasita resiste à ação do produto.

Cavalos com infestação de parasitas podem apresentar perda de peso, sofrer de cólicas com frequência, ou estados de diarreia severa, que em casos extremos podem colocar em risco a sobrevivência do animal, no entanto, a resistência aos desparasitantes continua a ser uma realidade.

Atualmente, esses produtos tendem a ser utilizados, na maior parte dos casos, de um modo preventivo e não curativo. No entanto, por mais que desparasitação preventiva deva acontecer, é fundamental evitá-la em excesso, pois ela é uma das principais responsáveis pela resistência aos desparasitantes.

As espécies de parasitas consideradas de maior importância para o cavalo têm mudado muito, ao longo dos anos, e isso é, em parte, devido ao surgimento, principalmente, na última década, de produtos desparasitantes altamente efetivos. No entanto, podem-se considerar dois grupos principais de parasitas: os Nematódeos (ou vermes redondos) e as Tênias.

No primeiro grupo, há várias espécies que podem afetar a saúde do cavalo. No passado, a classe dos Estrôngilos era talvez a que impunha maior ameaça ao bem-estar do animal. Contudo, devido à grande eficácia dos desparasitantes modernos, contra essas espécies, a infestação grave com elas têm-se tornado uma entidade clínica rara, em regiões desenvolvidas em que os cavalos são desparasitados com alguma frequência.

Atualmente, as espécies de parasitas Nematódeos consideradas de maior risco para o cavalo são as da classe dos Ciatostomas, os quais não têm fase migratória através dos vários órgãos do corpo. As larvas migram apenas dentro da parede do intestino grosso do cavalo e ao atingirem o estado adulto, perfuram a parede do intestino para se misturar com o conteúdo intestinal.

Essa perfuração causa uma pequena lesão no intestino (uma por larva). Num caso de infestação severa, a erupção de milhares de larvas provoca danos extensos no intestino. Visto que uma das funções do intestino grosso do cavalo é a absorção de água, esta erupção maciça pode causar diarreia severa.

Já com o grupo das Tênias, as infestações ligeiras desse tipo de parasita parecem ser inofensivas para o cavalo, no entanto, suas infestações em elevados números podem causar episódios de cólicas recorrentes no animal.

Existem vários tipos de desparasitantes no mercado, e com a forte concorrência, atualmente, entre as várias companhias produtoras, novos produtos continuam a ser introduzidos. No entanto, não existe um único produto capaz de eliminar todos os tipos diferentes de parasitas com capacidade de infestar o cavalo. Por isso, para um programa de desparasitação ser completo, torna-se necessário associar desparasitantes diferentes.

O tratamento com desparasitantes, no entanto, deve ser apenas uma pequena parte dum programa eficiente de desparasitação. Um bom método para reduzir o risco de infestação parasitária é usar pastagens mistas com cavalos e ruminantes (ovelhas, vacas ou veados).

 

 

 

Fonte: Equi Sport

Adaptação: Revista Agropecuária

 

   

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