Irrigação: sistemas, manejo e gestão em condições de campo

No conjunto de técnicas utilizadas para garantir à produção econômica de uma determinada cultura, com adequados manejos dos recursos naturais a irrigação é parte determinante. Devendo ser levado em conta ainda os aspectos de sistemas de plantios, de possibilidades de rotação de culturas, de proteção dos solos com culturas de cobertura, de fertilidade do solo, de manejo integrado de pragas e doenças, mecanização, etc., perseguindo-se a produção integrada e a melhor inserção nos mercados.

Para irrigar satisfatoriamente o consumo de água das culturas deve ser bem quantificado, pois, irrigações insuficientes e frequentes, repõem água apenas na superfície do solo, não umedecendo toda a zona das raízes. Irrigações excessivas também são prejudiciais, pois acarretam perda de água e de nutrientes, pela percolação abaixo da zona das raízes. Nesse contexto, é fundamental a decisão correta de quando irrigar e quanto de água aplicar em cada irrigação.

A agricultura passa por um processo acelerado de profissionalização, em que a necessidade por informações relacionadas ao clima, tempo, condições de manejo de solo, manejo das culturas e, principalmente, às relacionadas com o uso sustentável dos recursos naturais são mais determinantes para a tomada de decisões, a fim de reduzir os riscos e incertezas da atividade agrícola.

A irrigação é um dos instrumentos para manter o agricultor no campo e possibilitar seu desenvolvimento econômico e social. Pode-se afirmar sem problemas que, a irrigação transformou o uso e a exploração das terras e a sociedade humana como nenhuma outra atividade havia feito anteriormente. Com uma aplicação adequada da água de irrigação, os agricultores irrigantes podem aumentar a produtividade das explorações, além de possibilitar safras adicionais.

A implantação de um programa de manejo de irrigação requer conscientização, com visão integrada, tecnologia de ponta e operacionalidade, além de possibilitar a otimização do uso de insumos, aumento da produtividade e rentabilidade e ampliação da área irrigada em locais com limitação dos recursos hídricos, e ainda contribui para implantação de exploração sustentável, preservando o meio ambiente pela utilização adequada da água e energia, não promovendo percolação profunda, lixiviação de produtos químicos e contaminação do lençol freático.

Existem diferentes sistemas de irrigação dentre eles o gotejamento; a aspersão convencional; microaspersão; o pivô central; o canhão hidráulico; o sulco e subirrigação.

  • Gotejamento: Nesse sistema, a água é levada sob pressão por tubos, até ser aplicada ao solo através de emissores diretamente sobre a zona da raiz da planta, em alta frequência e baixa intensidade. Possui uma eficiência na ordem de 90%. Tem no entanto um elevado custo de implantação. É utilizado majoritariamente em culturas perenes e em fruticultura, embora também seja usado por produtores de hortaliças e flores, em especial pela reduzida necessidade de água, comparado aos demais sistemas de irrigação;
  • No Brasil os sistemas de aspersão mais utilizados são os convencionais (primeiro a ser utilizado) e os não convencionais (utilizados em situações especiais de solo, topografia, tamanho da área e outros);
  • Microaspersão: possui uma eficiência maior que a aspersão convencional (90%), sendo muito utilizada para a irrigação de culturas perenes. Também é considerada irrigação localizada, porém, a vazão dos emissores (chamados micro-aspersores) é maior que a dos gotejadores;
  • Pivô: o sistema consiste basicamente de uma tubulação (ou tubagem) metálica onde são instalados os aspersores. Em geral, os pivôs são instalados para irrigar áreas de 50 a 130 ha, sendo o custo por área mais baixo à medida que o equipamento aumenta de tamanho. Para otimizar o uso do equipamento, é conveniente além da aplicação de água, aproveitar a estrutura hidráulica para a aplicação de fertilizantes, inseticidas e fungicidas;
  • Canhão Hidraúlico: em geral, o aspersor de grande porte (denominado canhão) é manobrado manualmente. Por aplicar água a grandes distâncias, a eficiência do canhão é prejudicada pelo vento, sendo a sua indicação vetada para regiões com alta incidência de ventos. É geralmente utilizado em lavouras de cana-de-açúcar, para irrigação e distribuição de sub produtos (vinhaça);
  • Sulco: usa o método de irrigação por superfície. A distribuição da água se dá por gravidade através da superfície do solo. Tem menor custo fixo e operacional, e consome menos energia que os métodos por aspersão. É o método ideal para cultivos em fileiras. Deve ser feito em áreas planas;
  • Subirrigação: O lençol freático é mantido a certa profundidade, capaz de permitir um fluxo de água adequado à zona radicular da planta. É comumente associado a um sistema de drenagem subsuperficial. Em condições satisfatórias, pode ser o método de menor custo.

No Brasil, antes de iniciar a construção de sistemas de irrigação, a legislação obriga os produtores a consultar as prefeituras locais, de forma a poder verificar se existem restrições ao uso de água para irrigação.

 

Fontes: Revista Agropecuária e UFSM

Adaptação: Revista Veterinária

 

 

 

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