A agrofloresta é uma forma de uso da terra em que as espécies agrícolas e florestais são plantadas e manejadas em associação, considerando-se a estrutura e a dinâmica dos ecossistemas onde estão inseridas, fundamentando-se na sucessão natural das espécies.
Representa a interface entre a agricultura e a floresta, aliando a produção à conservação dos recursos naturais; possibilita a recuperação de áreas alteradas e intensifica a produção em pequenas áreas por muitos anos. As espécies da regeneração natural são consideradas como componentes da agrofloresta que, com alta diversidade de vida, promove maior equilíbrio ecológico, podendo ser uma alternativa promissora para os países tropicais, ricos em biodiversidade, como é o caso do Brasil.
Esse sistema de produção envolve práticas e conhecimentos antigos, fundamentalmente usados por índios e populações tradicionais, e há pouco tempo a ciência vem se dedicando ao estudo aprofundado desses saberes e dessa forma de uso da terra.
Atualmente, o que se encontra são poucas experiências com agrofloresta no Brasil. A maior parte identificada, generalizadamente, como sistemas agroflorestais (SAFs). Trata-se de sistemas de produção em consórcio, onde o elemento arbóreo aparece combinado com culturas agrícolas, quase nunca análogos à floresta, em estrutura e função.
Desenvolver sistemas de produção análogos à floresta, que busquem ser similares em estrutura e função, é ainda um desafio e pode ser um caminho real para a sustentabilidade na agricultura.
Exemplos de sistemas agroflorestais:
A Iniciativa Amazônica - Um consórcio em prol de um desenvolvimento rural sustentável em toda a Bacia Amazônica.
No transcurso dos 25 últimos anos, aproximadamente 50 milhões de hectares de florestas na Amazônia Brasileira foram cortados e queimados para dar lugar, em geral, a atividades agropecuárias de limitada sustentabilidade.
O consórcio abrange todas as áreas temáticas afetando a pesquisa e o desenvolvimento rural: a agropecuária, os recursos florestais, a biodiversidade e está dando uma atenção especial às alternativas agroflorestais de uso da terra.
Sistemas agroflorestais da Região Sul da Bahia: potencial econômico e ecológico para a conservação da Mata Atlântica. Por influências culturais diversas e aspectos sócioeconômicos particulares, esta região desenvolveu uma diversificação de cultivos mais intensa que as demais áreas da Região do Litoral Sul da Bahia com a introdução de seringueira, pimenta-do-reino, cravo da índia, dendê e coco da Bahia, entre outros, sendo implantados consorciados ou não, com o cacau.
As áreas cultivadas com SAFs têm aumentado, de maneira significativa, nos últimos 10 anos, no baixo sul da Bahia. Os maiores entraves à produção agrícola, nas comunidades rurais do Baixo Sul, são a dificuldade encontrada pelos agricultores, de acesso ao mercado, e na obtenção de crédito junto a instituições financiadoras. O projeto visa criar mecanismos que superem esses entraves.
Fonte: Site REBRAF (Rede Brasileira Agroflorestal)