Embrapa estuda variedade de pimenta com vários graus de ardência

A Empresa trabalha com mais de quatro mil tipos diferentes de pimentas. A partir do estudo de algumas plantas são desenvolvidas novas variedades.

Um grupo de pesquisadores está estudando formas de desenvolver variedades de pimenta que tenham diferentes graus de ardência.

As estufas da Embrapa Hortaliças, que fica a 30 quilômetros de Brasília, estão cheias de pimenteiras. São mais de quatro mil tipos diferentes vindos de todas as regiões do país e até do exterior. Algumas foram coletadas no meio da rua ou no quintal de uma casa.

Há um exemplar encontrado na Amazônia que chamou a atenção dos pesquisadores. "É uma pimenta que tem uma característica muito interessante. Ela é cheia de pelos, o que, em geral, é associado à resistência a uma série de insetos", explica o agrônomo Francisco Reifschneider.

A partir do estudo das plantas os pesquisadores desenvolvem novas variedades, identificando características como tamanho, formato, cor e, no caso das pimentas, o ardor do fruto.

Mas nem sempre pimenta boa é pimenta que arde. "Antigamente, quando a gente falava em pimenta, tinha-se a ideia de que pimenta era coisa picante. Hoje em dia, nós temos pimentas doces também e que o mercado gosta, porque tem o aroma adequado e uma textura interessante", completa Reifschneider.

A moema, também conhecida como biquinho, é um exemplo de pimenta não picante. Ela foi lançada em 2006, pela Embrapa, para atender aos paladares mais sensíveis. Mas não é só pelo sabor que as pimentas são estudadas. Elas podem também ajudar no melhoramento genético de outras plantas.

Os pesquisadores descobriram que uma muda de pimenteira pequena pode revelar se o fruto produzido será ardido. O estudo foi desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, também em Brasília.

No laboratório de biotecnologia vegetal estão os resultados da pesquisa coordenada pelo geneticista Márcio Elias Ferreira. "O processo consiste em cortar um pequeno pedaço de folha de uma planta que será testada, extrair o seu DNA e verificar se o gene que codifica a enzima que leva à produção do ardor está intacto ou não, naquela planta", explica.

A assistente de pesquisa Bruna Ohse faz o procedimento. Ela corta uma folhinha da planta que é misturada a nitrogênio líquido, numa vasilha, como se fosse um pilão. Depois é adicionada a outras substâncias para se tornar um líquido homogêneo. Em tubo pequeno, a mistura vai para uma centrífuga onde a parte verde será separada do liquido transparente. Nele é possível ver o DNA.

Em um computador especial é possível ver que as marcas mais fortes são de pimentas mais picantes e as mais fracas são de não picantes.

O pesquisador Márcio Elias afirma que a principal vantagem dessa técnica é a garantia de eficiência.

Em breve, novas variedades de pimenta ardida e não ardida serão lançadas pela Embrapa com o uso da nova técnica, e sem que o pesquisador Francisco Reifschneider e sua equipe sofram com o ardor do fruto.

Com essa tecnologia, a Embrapa já tem em estudo dezenas de variedades de pimentas com diferentes graus de ardor

 

Fonte: G1 Adaptação: Revista Agropecuária

 

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