O uso dos derivados de cana na engenharia civil

Um derivado da cana-de-açúcar que tem chamado a atenção de vários setores da construção civil é a cinza do bagaço de cana. O produto é o resultado final da queima do bagaço nas caldeiras de alta pressão para a cogeração de bioeletricidade e não tem uso comercial.

Das usinas, estas cinzas voltam para o campo e são depositadas no solo, como adubo, embora sejam pobres em nutrientes. Mas pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar-USP) enxergaram neste material uma solução para substituir agregadores naturais, como areia e a brita, na argamassa.

Quem coordenou a pesquisa, concluída há menos de três meses, foi o Engenheiro Civil Almir Salles. Devido à alta dos preços de custo dos materiais agregadores (e o alto poder de devastação ambiental que a sua extração provoca), Salles e sua equipe iniciaram os testes com vários materiais para encontrar soluções alternativas, com a mesma eficiência. "Com a substituição por cinzas de cana-de-açúcar, o impacto na necessidade de extração de areia natural será menor", afirma.

Segundo o pesquisador da Ufscar, no Brasil são produzidas 3,8 milhões de toneladas de cinzas de cana-de-açúcar pela indústria. Este número tende a aumentar conforme novos investimentos forem feitos no segmento, com as novas unidades industriais entrando em atividade.

"A cinza apresenta grande concentração de sílica, que tem comportamento de cimento pozolânico. Em contato com a água, e em conjunto com a cal hidratada, forma um composto aglomerante, ou seja, ela endurece". Apesar da pesquisa já ter sido concluída, o cimento de cana ainda não está disponível no mercado.

Outro produto que também surgiu a partir de pesquisas na Escola de Engenharia da Universidade de São Carlos é o fibrocimento. Neste caso, o pesquisador adicionou a fibra do bagaço de cana ao cimento de cinza de cana (30%) para fabricar telhas, divisórias e caixas d"água.

Depois de vários testes com o produto, constatou-se que o fibrocimento possui resistência similar ao produto industrializado convencional. O material passou por dois processos de cura e testes de exposição ao sol e chuva.

Fonte: Rural Pecuária

Adaptação: Revista Agropecuária    

 

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