Passo a passo para se produzir uma boa pastagem

Mostramos nesse artigo, uma adaptação de um artigo da Embrapa gado de corte, quais são os passos para se ter sucesso na formação de sua pastagem, sem grandes custos.

Inicialmente, deve-se preocupar com o preparo do solo, sendo o passo 1:

Passo 1: preparo do solo

Inicia-se pela coleta de amostras do solo para análise. Com os resultados, um zootecnista, ou Eng. Agrônomo pode fazer recomendações de calagem e adubação, no que será considerado, também, o tipo de capim escolhido para o plantio;

- metade da quantidade de calcário recomendada deve ser esparramada na área antes da aração e, a outra metade, após a primeira gradagem;

- a primeira movimentação do solo pode ser feita com arado ou gradeadora ("grade rome"), incorporando todo o material vegetal existente na superfície. Em seguida, com uma grade niveladora, faz-se o destorroamento do solo, nivelamento da superfície e eliminação de eventuais invasoras. Quase sempre, duas passadas da grade niveladora são suficientes;

- a aplicação a lanço de fertilizantes (superfosfato, por exemplo) deve ser feita antes da primeira gradagem niveladora ou entre a primeira e a segunda, para uma boa incorporação do fertilizante.

No Passo 2: cuidados no preparo do solo

As ações para o controle de erosões, como a construção de terraços e curvas de nível, devem ser executadas após o nivelamento do solo;

- o destorroamento excessivo, resultante de número exagerado de gradagens, deve ser evitado a todo custo;

- a calagem deve ser feita entre 60 e 90 dias antes do plantio, para que o calcário tenha tempo de reagir no solo;

- Observação: é muito importante esperar que o material vegetal incorporado ao solo pela aração apodreça antes do plantio; caso contrário, as sementes morrerão por causa dos efeitos da fermentação deste material;

Passo 3: O plantio

A melhor época de plantio é quando as chuvas passam a ocorrer com maior frequência (novembro a janeiro no Brasil Central). Em áreas queimadas, no entanto, o plantio deve ser feito sobre as cinzas, quer dizer, antes das primeiras chuvas;

- seja qual for o método escolhido, o plantio deve possibilitar a distribuição uniforme das sementes por toda a área a ser formada. No caso de plantio em linhas ou covas, o espaçamento entre elas deve ser o menor possível:

- uma causa frequente de insucesso é o plantio de quantidades insuficientes de sementes. A boa regulagem do equipamento de plantio é uma forma de garantir que a quantidade certa de sementes seja plantada. Essa quantidade, chamada de taxa de semeadura, varia de acordo com o tipo de capim e lote de sementes.

- tanto a compra das sementes quanto o cálculo da taxa adequada de semeadura devem ser baseadas no Valor Cultural (%VC) da semente a ser plantada. Esse valor resulta da análise da semente em laboratório e representa a percentagem de sementes puras viáveis,  contida no lote de sementes.

- as sementes devem ser cobertas pelo solo após a sua distribuição na área. As semeadeiras de linha e as "matracas" fazem isto automaticamente. O enterrio excessivo das sementes também é uma causa frequente de insucesso na formação de pastagens. Sementes miúdas como as dos capins colonião, Tanzânia, Mombaça, andropógon e setária devem ser enterradas, no máximo, a 2 cm de profundidade, enquanto que as de brizanthão (braquiarão), decumbens e hunidícola a não mais de 4 cm;

- nos plantios a lanço, feitos, por exemplo, com esparramadeira de calcário ou avião, as sementes são depositadas sobre a superfície do solo e precisam ser logo enterradas. Isso pode ser feito:

a) com rolo, compactador, de ferro ou de um ou mais conjuntos de pneus lisos, que podem ser construídos na própria fazenda ou

b) com grade niveladora leve fechada, isto é, regulada de forma que os discos fiquem paralelos à direção de avanço do equipamento, para que não enterrem muito as sementes.

Passo 4: Cuidados no plantio

- alguns fertilizantes, como cloreto de potássio, uréia e sulfato de amônia, não podem ser misturados com as sementes porque causam sua morte. Por outro lado, o superfosfato simples granulado pode ser misturado, desde que o plantio ocorra no mesmo dia em que a mistura foi preparada;

- a rolagem, imediatamente após a distribuição das sementes, favorece o seu contato com o solo, posicionando-se na profundidade adequada e possibilitando uma emergência rápida e homogênea das plantas. No entanto, ela não deve ser feita caso chova logo após a distribuição das sementes (porque a chuva, por si só, promove o enterro da maior parte das sementes) nem, tampouco, em solos muito argilosos, especialmente, quando úmidos;

- trabalhar com o depósito de semente s da semeadeira sempre cheio diminui a excessiva separação (estratificação) das sementes pesadas das leves. Se isso não for feito, as sementes pesadas (de melhor qualidade) tenderão a ser plantadas primeiro e as mais leves vão ficando para o fim. Esse problema ocorre dentro do depósito, por causa da trepidação da máquina em movimento, e pode resultar em grande desuniformidade, no estabelecimento da pastagem.

Passo 5: Manejo de formação

- o primeiro pastejo, quando feito de modo correto, garante o sucesso de uma formação bem iniciada. Ele deve ser feito logo que as plantas estiverem crescidas e cobrindo toda a área plantada. Neste caso, é melhor utilizar animais leves, jovens, para fazer apenas um desponte das plantas. Nesta fase, se forem utilizados animais pesados, as plantas poderão ser arrancadas durante o pastejo;

- se o primeiro pastejo for feito bem mais tarde, muitas plantas morrerão por causa da competição entre elas. Isso aumenta os espaços vazios, na pastagem, diminui a produção de capim e facilita o crescimento de ervas daninhas;

- a partir do primeiro pastejo, à medida que as plantas se desenvolvem, a pastagem pode passar a ser utilizada normalmente.

  Fonte: Embrapa Gado de Corte Adaptação: Revista Agropecuária  

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