Manejo e conservação da palhada em Sistema de Plantio Direto

O Agronegócio brasileiro está se destacando a cada dia e mostrando a sua força. Com isso, o produtor rural sente que os objetivos estão sendo alcançados aos poucos e sabe que a sua contribuição está sendo fundamental. De acordo com estudo divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o agronegócio do país foi o único setor que teve crescimento neste terceiro trimestre de 2011. Enquanto alguns setores apresentaram variação negativa, a agropecuária brasileira alcançou um marco de 3,2%.

Além dos avanços tecnológicos, a adoção de sistemas de produção sustentáveis e conservacionistas tem contribuído para a melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo, refletindo positivamente no aumento de produtividade das lavouras. Neste contexto, o plantio direto tem avançado rapidamente pelas regiões agrícolas brasileiras. Atualmente, até mesmo projetos relacionados a plantio direto de olerícolas tem sido implementados com a finalidade de adotar este sistema para as mais diversas culturas e não somente para as grandes culturas como milho, soja, algodão, oleaginosas e outras.  Dentre as culturas olerícolas que alavancaram estas pesquisas pode-se destacar a cultura do tomate, pimentão, pepino e mais recentemente até mesmo alface.

Para o sucesso do plantio direto, três princípios básicos devem ser atendidos: não revolvimento do solo, manutenção de palhada e rotação de culturas. Destes, a manutenção de palhada tem sido um dos pontos mais críticos de se trabalhar, principalmente no que está relacionado à sua manutenção na área. Em regiões de clima quente, o material vegetal sobre o solo sofre decomposição muito rápida, devido à alta atividade de microorganismos nestes solos, favorecidos principalmente pela temperatura.

A palhada sobre o solo é imprescindível para o sistema de plantio direto pelos seus benefícios, pois atua na proteção direta do solo reduzindo os impactos das gotas de chuva, mantêm a umidade do solo diminuindo as perdas por evaporação, aumentar a infiltração de água no solo e consequentemente reduz o escorrimento superficial e a possibilidade de erosão, melhora a estruturação do solo, favorece a ciclagem de nutrientes e aumento dos teores de matéria orgânica, atua de forma direta no controle de plantas invasoras através do sombreamento e de forma indireta através de interações alelopáticas.

A escolha da planta para a formação de palhada é de grande importância e deve ser planejada criteriosamente. Apesar de todos os benefícios é necessário salientar que certos tipos de cobertura morta podem dificultar a semeadura, causando o embuchamento de plantadoras, podem servir de habitat para patógenos das plantas cultivadas, podem provocar alelopatia negativa sobre as próprias culturas.

Dentre as plantas utilizadas como cobertura vegetal, as que tem apresentado maior eficiência na produção de biomassa para esta finalidade tem sido as gramíneas, em especial os resíduos vegetais advindos das culturas de milho e sorgo e a utilização de espécies de Braquiárias. Outra alternativa tem sido o uso de adubos verdes, que além de fornecerem quantidade razoável de biomassa ainda atuam na melhoria das condições de fertilidade do solo. Portanto, para que se obtenham bons resultados no manejo e manutenção de palhada sobre o solo em Sistema de Plantio Direto, é necessário sempre planejamento de acordo com as condições climáticas, sistema de rotação de culturas, disponibilidade de sementes e viabilidade econômica que devem ser avaliados em cada caso específico.

  Autor:Josimar Rodrigues Oliveira- Engenheiro Agrônomo  

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