Para que o produtor tenha sucesso num sistema irrigado de hortaliças, há dois pontos extremamente importantes que devem ser levados em conta: o manejo correto da quantidade de água e o momento certo de se irrigar. Com isso, economizam-se água e energia, e o controle pode assegurar um melhor desempenho em termos de produtividade e qualidade das hortaliças.
Outros fatores que influem na irrigação são o clima e o solo, que determinam qual o método mais propício para irrigar a lavoura, trazendo sucesso para a irrigação. Segundo o pesquisador da Embrapa Hortaliças Waldir Marouelli, o manejo é muito importante. Para ele, alguns métodos de manejo da água de irrigação utilizam informações climáticas, como temperatura, umidade relativa do ar, vento e radiação solar, para calcular a quantidade de água que a planta consome.
Em outras situações, a metodologia monitora somente a umidade do solo. "Neste caso, quem determina se a secagem do solo é mais rápida ou mais lenta é a planta que, inexoravelmente, está sendo afetada pelos fatores climáticos", diz. O pesquisador Marcos Braga, também da Embrapa Hortaliças, esclarece que a demanda hídrica das plantas funciona, basicamente, "como as pessoas que, em dias mais quentes e secos, consomem mais água e vice-versa".
Quando o agricultor não reavalia constantemente essas condições, durante o cultivo, e simplesmente estabelece um critério fixo para a irrigação, deixa de otimizar o uso da água e o ganho com a produção. "Na horticultura, por exemplo, o produtor que não utiliza nenhum controle da irrigação e passa a adotar alguma técnica para manejo, como avaliar as condições climáticas ou empregar um sensor de umidade do solo, na média geral, obtém um aumento de 10 a 30% da produtividade", estima Marouelli. Ele acrescenta que, por sua vez, a redução do uso de água e energia gira em torno de 20-30%.
O gasto que o produtor tem com água e energia é muito menor diante dos recursos despendidos com a exigência nutricional e fitossanitária das plantas. Por conta disso, ele acaba por irrigar em excesso, o que favorece a incidência de doenças e compromete o pleno desenvolvimento das plantas. "O ponto de equilíbrio é importante porque a irrigação em excesso pode causar a lixiviação de nutrientes e, com o prejuízo da parte nutricional, a planta fica mais fraca e mais suscetível a doenças", conclui Braga.
Fonte: Grupo cultivar Adaptação: Revista Agropecuária
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