A doença dos cascos mais conhecida dos criadores de bovinos é por certo o panarício interdigital. Trata-se de uma moléstia infecciosa que tem, muitas vezes, uma aparência contagiosa devido à intervenção de várias bactérias, a mais importante das quais é o bacilo da necrose.
Os sinais clínicos da doença são uma claudicação pronunciada e um inchaço avermelhado, quente e doloroso no espaço entre os dedos. Parece atingir todas as raças igualmente, se bem que as leiteiras sofram mais com os seus efeitos.
O panarício interdigital pode ser observado em qualquer estação. No entanto, aparece com frequência no final da primavera e do verão e no início do outono, quando o tempo está muito seco ou, ao contrário, muito chuvoso.
Assim que um ou dois animais do rebanho são atingidos, o panarício se dissemina como uma doença contagiosa: a cada 24 ou 48 horas, um novo animal é contaminado, até que um terço ou metade deles seja afetado. Depois, a doença para de agir e só reaparece um ou dois anos mais tarde.
O criador atento percebe o panarício, muitas vezes antes mesmo de surgir a manqueira, ao constatar a diminuição da produção leiteira. A temperatura do animal se eleva, então, chegando a 39,5 C ou 40 C. O apetite se reduz, e a ruminação se torna menos freqüente. Em poucas horas, acrescentam-se a estes sinais gerais os sintomas específicos da enfermidade.
por Felipe Rodrigues - Revista Agropecuária
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