O conforto e o bem-estar animal influenciam a produtividade do rebanho. Os animais se estressam, tanto quanto o ser humano. Uma vaca estressada pode ter a produção leiteira diminuída em até 30% ou até mais dependendo da situação que gera o estresse. E isso no rebanho é catastrófico para uma propriedade em termos econômicos.
O estresse traz consequências diretas para a saúde do animal, porque faz com que ele perca o apetite e assim sua imunidade fica baixa, tornando-o mais vulnerável às doenças. Além disso, o estresse, em se tratando de animais de produção, faz com eles produzam menos.
Os pesquisadores que estudam condições de ambiente têm chegado à conclusão de que fazendas próximas a locais onde há muito barulho (aeroportos ou estradas muito movimentadas) têm rebanhos mais estressados e menos produtivos.
Além do barulho, outros aspectos como instalações inadequadas ou sujas e mal ventiladas, o excesso de irregularidades no piso, que dificultam a locomoção dos animais, são detalhes que geram dor, grande desconfortos e o estresse nos animais.
Apesar de todos esses aspectos resultarem na falta de bem-estar animal, um dos principais aspectos que afetam os ruminantes são as altas temperaturas, o chamado estresse calórico. Assim, grande quantidade de ruminante em espaço pequeno, também é motivo de desconforto. Em se tratando de região com clima quente piora a situação do estresse térmico.
A densidade, outro problema, está relacionada à competição entre vacas por espaço e comida, o que resulta em mais pressão e mais estresse. No entanto, o estresse térmico é o que traz consequências mais desagradáveis para os animais. Pesquisas da Embrapa demonstram que a pouca tolerância a altas temperaturas é uma característica típica de animais de alta produção.
A fim de evitar ou contornar o problema, e seus prejuízos, a tarefa não é tão difícil e não exige tantos investimentos em estruturas como se pode imaginar. Nesse ponto, o bom trato com os animais é o primeiro e importante passo. O bom convívio do tratador com o animal é fundamental.
Além disso, é de suma importância que as instalações sejam construídas de forma a aproveitar melhor a ventilação natural. Para isso, a cobertura de estábulos, cochos e salas de ordenha devem ser altas o suficiente para proporcionar um ambiente arejado. O material utilizado na cobertura não deve ser do tipo que acumula calor.
Por sua vez, as pastagens devem ser bem arborizadas, pois assim ajudam a levar conforto ao rebanho, mas, na falta de árvores, a utilização de sombrites, que são de baixo custo, ajudam a resolver o problema de estresse calórico.
Tomar essas iniciativas contribui para aumentar a produtividade, diminuída com a falta de conforto e bem-estar dos animais. Como exemplo, do resultado de conforto e bem-estar, é o caso das vacas leiteiras, que em boas condições ambientais tem o intervalo de parto mais reduzido, o que aumenta a produtividade leiteira.
Fonte: Embrapa Adaptação: Revista Agropecuária
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