Aprenda a produzir mais leite e mais bezerros com menor intervalo de partos

O intervalo de partos é um dos fatores mais importantes para a eficiência econômica e zootécnica da atividade leiteira. Maior lucro pode ser obtido na atividade leiteira quando as vacas produzem um bezerro por ano. Isso significa um intervalo de partos de 12 meses ou próximo disso. Qualquer produtor tem condições de alcançar essa meta, desde que dispense alguns cuidados aos seus animais.

Na maioria das fazendas as vacas chegam secas chegam magras ao parto (chamadas secas ou falhadas), o que não é aconselhável. Isso acontece porque se desgastaram dando leite e ao secarem são colocadas nos piores pastos, onde não recebem nenhuma suplementação de concentrado ou mineral. Parindo magra, o cio demora a aparecer depois do parto, a vaca custa a pegar cria e como conseqüência o intervalo de partos é longo, acima de 18 meses. Nesses casos, o touro praticamente, fica sem atividade, servindo apenas de enfeite, e a inseminação também será menos usada.

O que se deve fazer é nunca deixar a vaca parir magra, para que possa dar cio rápido depois do parto, pois, para se ter boa produção e reprodução, é preciso ter vacas com saúde (sem doenças); recebendo boa alimentação e submetidas a manejo correto.

Outro procedimento importante é eliminar do rebanho animais com certas doenças que os impeçam de pegar cria ou que provoquem aborto, pois nesses casos o intervalo de partos vai continuar longo. Aumento na produção de leite e maior número de bezerros nascidos no ano são as vantagens obtidas quando se encurta o intervalo de partos.

Estima-se que ao se diminuir o intervalo de partos de 18 para 12 meses, uma fazenda que produz 100 litros de leite por dia passa a produzir 150 litros por dia, um aumento de 50% com as mesmas vacas. Em outra fazenda com 100 vacas, a quantidade de bezerros nascidos por ano aumenta de 66 para 100, significando 34 bezerros a mais.

A presença de gordura sobre as costelas, região do lombo, as ancas e a inserção da cauda indica que a vaca está com boa condição corporal. A cada condição corporal é dado um valor numérico denominado escore, que varia de 1 a 5, como segue: 1 (muito magra), 2 (magra), 3 (regular), 4 (boa), 5 (gorda).

Na prática, a condição corporal ideal e desejada para a vaca parir é o escore 4, ou seja, boa, pois, com bom estado de carne no momento do parto, o cio normalmente aparecerá antes de 90 dias depois  do parto.

A época classificada como ótima para a vaca leiteira ganhar peso é nos dois a três últimos meses antes de secar (final de lactação), e a classificada como boa é a do período em que está seca (dois meses antes do parto).

Vaca magra ao parto demora a dar cio e custa a enxertar. Vaca gorda ao parto também dá prejuízo, porque o excesso de alimento que se transformou em excesso de gordura (desnecessário para produção e reprodução) poderia estar sendo usado por outra vaca para produzir leite.

O início da lactação é a época em que a vaca precisa de melhor alimentação, e em maior quantidade, mas é importante que uma boa alimentação esteja disponível durante todo o ano. Se a vaca parir com boa condição corporal, ou seja, no escore 4, mesmo perdendo um pouco de peso nos dois a três meses

após o parto, ela deverá apresentar cio até 90 dias depois do parto.

O cio entra pela boca, isto significa dizer que se a vaca não-gestante estiver bem alimentada e com boa condição corporal, o cio deverá aparecer, a não ser por algum problema reprodutivo ou falta de identificação desse cio.

Não basta a vaca dar cio rápido depois do parto, se esse cio não é identificado para ser aproveitado. Geralmente, a perda de cios é grande. Assim, quem usa inseminação artificial ou touro preso (vaca em cio colocada com touro) precisa adotar um sistema eficiente de identificação dos cios. Além disso, para saber a idade ao primeiro parto e o intervalo de partos, é preciso anotar a data de nascimento e de parição. Outras anotações são também importantes, como: data do cio, da cobrição, nome do touro usado na monta ou na inseminação artificial. Na dúvida, procurar a orientação de um técnico especializado.

 

Autor: Duarte Vilela

Fonte: Embrapa Gado de Corte    

 

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