Cadeia Leiteira é debatida por pesquisadores internacionais durante o Congresso Internacional do Leite

Durante o último dia do 11° Congresso Internacional do Leite, em Goiânia, realizado pelo Sistema Faeg/Senar e Embrapa Gado de Leite aconteceu o encontro de entidades de pesquisas para o setor lácteo de diversas Nações. A reunião foi na sexta-feira (23), eles se reuniram para debater e comparar as características de produção de cada país e as ferramentas disponíveis de pesquisa para o setor.

O coordenador do Núcleo de Gestão do Agronegócio da Fundação Dom Cabral, Alberto Duque Portugal, durante o painel Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Pecuária Leiteira, fez a introdução de alguns países, principais produtores de leite da União Europeia, como a França.

Jonathan Levin, delegado internacional do Departamento de Fisiologia Animal e Sistemas de produção Animal do INRA, um instituto de pesquisa e desenvolvimento agropecuário semelhante a Embrapa no Brasil, detalhou as especificidades da produção de leite da França e comentou o trabalho do setor em desenvolver ferramentas de pesquisa para melhorar a rentabilidade da atividade.

De acordo com Levin, o setor de pesquisa agropecuária francês utiliza um montante de aproximadamente $ 730 milhões de euros destinados em três macros vertentes de pesquisa: alimentos e segurança alimentar, agricultura e meio ambiente. Ele comentou que o país produz 24 bilhões de litros de leite por ano, atrás apenas da Alemanha. Apenas 30% do rebanho leiteiro é criado em sistema intensivo, o restante em pastagem. "Concentramos nossas pesquisas em vacas holandesas pelos altos índices de produção, mas os animais dessa raça apresentam problemas de fertilidade. Então investimos nossas atenções para resolver problemas pontuais que enfrentamos", destacou.

O pesquisador francês ressaltou: "Estamos trabalhando agora para tentar aumentar os preços do leite e a qualidade do produto".  A grande questão é como os franceses pretendem melhorar a produção na mesma proporção que devem elevar a qualidade do produto para atingir preços mais vantajosos. Para o pesquisador, a resposta está no alimento dos animais, nas pastagens. "Realizamos experimentos em 19 países e descobrimos que a melhor forma de alimentar o rebanho leiteiro é com pasto consorciado, rotação de pastagem."

Kevin Macdonald, pesquisador da Nova Zelândia, a resposta para a equação produtividade-custo-lucro está na genética. Ele explica que 73% do rebanho neozelandês são de vacas inseminadas artificialmente. "A produção de leite no país é bastante desenvolvida, girando em torno de 16 milhões de litros ao ano, o que corresponde a 3% da produção mundial". Na Nova Zelândia 30% da riqueza vem do leite.

O pesquisador explicou que os produtores fazem a correção e adubação do solo com fósforo e nitrogênio de maneira correta, uma vez que os solos do país apresentam baixa fertilidade natural e como o pasto é de extrema qualidade, o uso de concentrados na alimentação dos bovinos é praticamente inexistente. Em relação ao melhoramento genético, ele ressaltou que a maioria dos animais passa por inseminação artificial e que aproximadamente 70% deles participam de um programa de melhoramento genético.

Além disso, na Nova Zelândia, existe uma grande preocupação com o meio ambiente. Nas fazendas neozelandesas todos os efluentes das salas de ordenha são armazenados em tanques e posteriormente utilizados em fertirrigação, para não contaminar os lençóis freáticos.

Graham Plastow, CEO da Livestock Gentec Ctr, University of Alberta, um importante instituto de pesquisa em genética animal no Canadá, tratou do tema, mas algumas características importantes diferenciam as práticas do Brasil e do Canadá em relação à produção de leite ou dos demais produtos do setor agropecuário. O sistema utilizado no Canadá é o de confinamento, com raras exceções em que as vacas são levadas às pastagens, durante o período de verão. Como o inverno é muito rigoroso e a neve cobre totalmente os campos canadenses, o rebanho permanece confinado em grandes estábulos.

O coordenador do Programa Nacional do Leite do INTA-Rafaela, na Argentina, destacou algumas características da produção de leite no país. De acordo com ele, os hermanos precisam investir em projetos de transporte de produtos lácteos e lutar pela concorrência que o setor sofre com outras atividades agropecuárias, como a soja.

Duarte Vilela, chefe geral da Embrapa Gado de Leite, encerrou o painel e apresentou alguns dados da produção leiteira no Brasil para contrastar com os demais países representados nos debates. Ele ressaltou ainda as expectativas de crescimento do setor e a importância do leite para a economia nacional.

Fonte: Agrolink

Adaptação: Revista Agropecuária

 

 

 

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