O rebanho brasileiro sofre muitas perdas por intoxicação de animais pela ingestão de plantas tóxicas, que na maioria das vezes não são diagnosticadas com precisão. As perdas econômicas ocasionadas pelas intoxicações são mortes, abortos, subfertilidade, infertilidade, má formações fetais; diminuição da produção de leite, ganho de peso, devido à própria intoxicação ou por debilitar o animal e deixá-lo susceptível a outras doenças.
Para combater e controlar as plantas tóxicas nas pastagens o proprietário acaba tendo que gastar a mais, assim como para realizar o diagnóstico para avaliar as intoxicações e o tratamento. Por serem raramente diagnosticadas, as perdas econômicas são difíceis de estimar.
De acordo com dados da Embrapa de Campo Grande, 12% das mortes de bovinos no Brasil são causadas por sementes, folhas ou raízes de plantas que possuem grande quantidade de elementos químicos nocivos ao gado. No sul do país, estima-se uma mortalidade de 1% por ano devido à intoxicação por plantas tóxicas. Somente no Rio Grande do Sul, há estudos com avaliações laboratoriais, que dentre as causas de morte de bovinos no estado, 10% são ocasionadas pela ingestão de plantas tóxicas, o que causa, por ano, aproximadamente 70.000 bovinos mortos por este tipo de intoxicação.
Com uma população bovina de 3.000.000 de cabeças, em Santa Catarina, estima-se que 14% do total de mortes são devido às plantas tóxicas, com mortalidade média por ano estimada em 20.574 cabeças.
Perdas econômicas importantes também são causadas em bovinos e ovinos por Brachiaria decumbens e outras espécies de Brachiaria que causam fotossensibilização, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Como tratamento para a intoxicação é indicado tratamento sintomático, pois existe uma variedade muito grande de plantas. A aplicação de glicose, laxantes e protetores hepáticos auxiliam o tratamento.
Fonte: Limousin
Autor: Pedro Nunes
Adaptação: Revista Agropecuária
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