Na pecuária bovina, o produtor pode enfrentar vários fatores que causam prejuízos, entres eles, estão as doenças. Entre as mais prejudiciais, está a brucelose bovina. A brucelose é uma patologia infecto-contagiosa e apresenta uma evolução crônica, que amplia ainda mais seu potencial de contágio. E o pior, ela pode acometer tanto animais quanto o homem. Entretanto, o rebanho bovino é o hospedeiro preferencial da enfermidade.
Essa zoonose ataca, sobretudo, o sistema reprodutor e ósteo-articular dos bovinos. Sendo assim, ela é responsável por grandes problemas sanitários e causa inúmeros prejuízos aos produtores brasileiros. Isso se dá, uma vez que os animais afetados pela doença apresentam baixa produção de leite e carne, além das perdas reprodutivas, já que a brucelose bovina pode causar abortos.
Na maioria dos casos, a doença é descoberta após uma grande perda no rebanho. Por isso, é importante que os médicos veterinários saibam realizar a identificação já no início para minimizar os prejuízos e danos.
Neste artigo, iremos tratar sobre as formas de contágio, transmissão e as principais formas de prevenção da brucelose bovina. Confira!
A brucelose bovina é uma doença infecciosa, causada pela bactéria Brucella abortus. Ela ataca também bubalinos e pode ser transmitida para outros animais, contudo seu maior risco está na transmissão para humanos, fazendo dela uma zoonose. É uma infecção altamente contagiosa que, por sua vez, é comumente introduzida ao rebanho por animais previamente contaminados.
Contudo, outras fontes de transmissão são a placenta, líquidos e membrana de bezerros recém-nascidos ou de abortos de animais contaminados. Por sua vez, quando não há animais contaminados, a contaminação pode vir da ingestão de alimentos ou , até mesmo, ambientes previamente contaminados.
A bactéria fica localizada no útero, placenta, úbere de fêmeas doentes ou nos testículos de animais que estão infectados. A contaminação pode ocorrer a partir do contato com animais infectados com brucelose bovina, com restos de tecidos - como placenta descartada, fetos abortados ou pelo corrimento que é secretado pela vaca. Ingestão de pastagem ou alimentos contaminada por urina de animais doentes ou contato de via oral ou erógeno, são outras formas que pode ocorrer a transmissão da enfermidade.
A brucelose bovina possui sinais diferentes em machos e fêmeas. Por isso, saber reconhecer os sinais no rebanho como um todo, faz a diferença na prevenção e eliminação desse mal. Por ser altamente contagiosa, perceber estas características precocemente é uma das ações para a prevenção de prejuízos graves de produção.
Assim, os principais sinais dessa patologia nas fêmeas são:
Abortos a partir do sexto mês de gestação;
Nascimento de bezerros fracos e prematuros;
Repetições de cio;
Retenção de placenta;
Redução da fertilidade;
Metrites;
Corrimento vaginal;
Inflamação das articulações;
Queda na produção de leite.
É importante saber que no caso dos abortos, é comum que nas próximas gestações a sua ocorrência diminua. Porém, a fêmea continua infectada e elimina a bactéria através das secreções da vulva.
Já nos machos, a doença se manifesta com:
Orquite unilateral ou bilateral;
Epididimite;
Vesiculite;
Infertilidade;
Pus, fibrose ou necrose nos órgãos reprodutivos.
Os bezerros podem contagiar-se por via intra-uterina ou pela ingestão de leite contaminado, porém, eles só apresentam os sintomas na fase de maturidade sexual. Contudo, durante a fase de desenvolvimento, ele pode ser responsável por disseminar a patologia para o rebanho.
Para ter o diagnóstico correto da brucelose bovina é necessário que o médico veterinário faça a análise dos sinais clínicos apresentados pelo animal. Além disso, é fundamental pedir testes laboratoriais como: o Teste de Soroaglutinação com Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) e o 2-Mercaptoetanol (2-ME) que são realizados a partir de amostras do soro sanguíneo.
O tratamento ocorre por meio de medicamentos como antibióticos. Tais compostos têm o intuito de eliminar a bactéria. Porém, como o tratamento não é simples, algumas vezes é preciso levar em consideração o sacrifício de animais já infectados. Por isso, é muito importante investir na prevenção da doença.
É possível adotar medidas simples que vão deixar o rebanho longe desta doença como:
Manter a vacinação em dia;
Isolamento das fêmeas que abortaram;
Desinfetar o material que obteve contato com o feto contaminado;
Adquirir animais livre de enfermidades;
Examinar periodicamente os animais.
Existem duas vacinas que controlam a brucelose bovina: B19 e RB51. A primeira vacina é obrigatória para bezerras entre 3 e 8 meses de idade. Já a RB51 é semelhante a B19, porém é indicada para fêmeas adultas na pecuária leiteira. Os machos não devem receber nenhuma dessas vacinas.
Na pecuária leiteira as maiores perdas econômicas acontecem por causa das enfermidades. A brucelose bovina é responsável por pelo menos 25% de queda na produção de leite e redução de 15% na produção de bezerros e de carne.
Essa patologia é muito séria, sendo assim, é importante ficar atento aos sinais dados pelo seu rebanho o quanto antes. Pois dessa forma é possível diminuir os danos que ela causa à sua fazenda.
É muito importante estar atento ao seu rebanho para saber agir nas situações de emergência. Se você quiser saber mais sobre como prevenir a brucelose e outras doenças? Que tal dar uma olhada nos Curso de Primeiros Socorros em Bovinos do nosso parceiro CPT Cursos Presenciais. Clique aqui e confira todos os detalhes!
Fonte: SENAR, CPT Cursos Presenciais, Revista Veterinária e Shop Veterinário