Manejo de suínos: entenda o momento pré-abate!

Produtores com criações de corte concordam em um ponto, os estresses e os maus-tratos com os animais danificam a qualidade do produto final. Assim, se entende de início que a qualidade da carcaça e da carne depende diretamente do manejo pré-abate desses animais. E, por isso, o manejo de suínos, principalmente no momento que antecede o abate, merece toda a atenção.

Como o cuidado da criação segue processos específicos no momento de pré-abate, vamos traçar, neste artigo, os principais pontos para que você possa compreender melhor esse momento no manejo. Assim, vamos falar dos procedimentos e ainda dar 5 dicas essenciais para que você tenha sucesso na suinocultura.

Confira!

Manejo de suínos: procedimentos pré-abate

O manejo de suínos em preparação para o abate se inicia antes mesmo do transporte dos animais. Assim, os animais que são enviados para abate deve ter alimentação suspensa 12 horas antes da hora prevista para o embarque. Contudo, para evitar problemas com os suínos, é importante que eles tenham acesso constante a água até o momento de embarque.

Para que o embarque seja bem sucedido, durante o processo os animais precisam ser conduzidos com tranquilidade, sem estresse e usando tábuas de manejo. Outro ponto é referente as estruturas utilizadas. Isso porque, a rampa de embarque precisa ter no máximo 20 graus de inclinação e piso antiaderente, facilitando a condução e evitando escoriações.

Ainda nas estruturas utilizadas, o transporte para o abate deve ser realizado em um caminhão com no máximo dois pisos. Este deve ter sido previamente higienizado e desinfetado, evitando assim a exposição dos mesmos a eventuais agentes contaminantes. Além disso, os animais devem ser alojados no caminhão na razão de 2,5 suínos de 100 kg por metro quadrado. Ou seja, deve haver uma área de 0,40 metros quadrados para cada 100 kg de peso animal. E por último, o transporte precisa ser feito com calma, de preferência durante a noite, aproveitando as horas mais frescas ou de menor temperatura.

5 dicas para o sucesso no manejo de suínos pré-abate

Agora que você entende um pouco mais sobre o manejo de suínos pré-abate, separamos algumas dicas para auxiliar no sucesso durante os procedimentos. Mantendo elas em mente, é certeza de um produto final de qualidade.

#1 Conheça os tipos de estresse

Para que o manejo de suínos seja bem feito e o bem-estar animal garantido, é importante que os responsáveis entendam o que é e quais os tipo de estresse que podem afetar os animais. Quando falamos de bem-estar animal, isso quer dizer conforto, saúde e a liberdade de expressar seu comportamento natural. Portanto, quando falamos em estresse animal, quaisquer fatores que causam medo, dor ou reprimem essa liberdade são fatores causadores de estresse.

Por isso, é tão importante conhecer os procedimentos corretos no manejo pré-abate. Isso porque, o estresse tem sido apontado como a causa de morte de animais durante o manejo ou na chegada ao abatedouro, comprometendo assim a produção. 

O estresse suínos pode ser motor, psicológico, térmico, mecânico, digestivo ou ainda do equilíbrio hídrico do corpo do animal. Assim, é importante conhecer os processos aplicados e os animais da criação para evitar problemas e prejuízos.

#2 Jejum no manejo de suínos pré-abate

O jejum no manejo de suínos pré-abate é um dos processos que deve ser realizado assim que o lote é escolhido e tem o horário do transporte determinado. Esse procedimento influencia e muito no sucesso da produção por evitar situações que ocasionam estresse nos animais em transporte.

Com o jejum, o número de dejetos e a ocorrência de vômitos no momento do transporte diminuem. E, com isso, os animais sofrem menos estresse durante o trajeto. Outro ponto, é que o jejum facilita o processo de evisceração, ajudando na gestão sanitária da linha de abate e garantindo a qualidade do produto final.

#3 Atenção no processo de embarque

Além da consideração das estruturas utilizadas no processo de embarque dos animais, o manejo de suínos pré-abate leva em conta também a análise dos animais durante esse procedimento de condução ao transporte. O responsável deve estar atendo para animais com anomalias e já separá-los do lote, impedindo a venda para evitar transtornos com frigorífico.

Além disso, a condução em si deve ser realizada com toda atenção. Nesses casos, não se deve soltar todos os animais de uma vez para evitar complicações. Além disso, o uso de placas de condução e chocalhos é aconselhado por auxiliar a prevenir contra fluxo de animais. 

#4 O transporte e o desembarque também são importantes

Nesse tipo de situação, o motorista deve estar preparado para o transporte de carga viva, compreendendo que serão necessárias algumas ações especiais. Uma delas, é realizar o transporte nas hora mais frescas do dia, como já pontuamos. Mas também é válido usar mecanismos de regulação térmica (se disponíveis) para que o conforto térmico dos animais seja mantido.

Para garantir um transporte bem sucedido, as seguintes condições devem ser respeitadas:

  • temperatura média de, no máximo 30ºC;

  • densidade média de 235 kg/m²;

  • piso antiderrapante;

  • tempo máximo de 24 horas de transporte;

  • altura do piso do caminhão maior que 90 centímetros.

Além disso, após o transporte feito, o desembarque também requer atenção dos responsáveis. Assim existem alguns fatores que essenciais como a inclinação da rampa de desembarque, o desembarque deve ser feito de forma gradual, o ambiente deve ser protegido de condições climáticas e o manejo deve ser feito com os materiais corretos. Esse conjunto garante um ambiente sem estresse para os suínos e uma qualidade maior do produto final.

#5 Deve haver um tempo de descanso entre o desembarque e o abate

Para que o manejo de suínos pré-abate seja, de fato, um sucesso, é essencial que exista um período de descanso entre a chegada ao frigorífico e o abate propriamente dito de, no mínimo, três horas. Esse momento garante que os animais retomem suas condições normais, sem os impactos e estresse de transporte. Garantindo a qualidade do produto final.

Viu como o manejo desse animais pode ser simplificado e efetivo para profissionais preparados? Além disso, um produto de maior qualidade garante maior rentabilidade para a propriedade, além de mais espaço no mercado atual.

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Fonte: Embrapa e Unesp

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