A Doença Respiratória Bovina, conhecida como DRB, acomete, principalmente, os bezerros, comprometendo sua qualidade de vida já nos estágios iniciais. Caso não seja identificada e tratada rapidamente, pode causar danos pulmonares irreversíveis e até mesmo levar o animal a óbito.
A fim de evitar que esse mal atinja os animais da fazenda, algumas práticas de manejo devem ser adotadas. Continue a leitura para saber mais sobre o assunto!
A DRB é uma afecção que compromete as vias respiratórias dos bovinos, podendo chegar a uma infecção nos pulmões e causar bronquites ou pneumonias. É observada com mais frequência durante o inverno e o período das secas. Essa enfermidade é responsável por parte significativa das mortes de bezerros em aleitamento e na fase após o desmame.
Em geral, a doença respiratória bovina tem como causa uma infecção viral e/ou bacteriana, sendo as bactérias Mannheimia haemolytica e Pasteurella multocida e os vírus BRSV e BPIV-3 os patógenos comumente encontrados. Também, pode apresentar outros fatores responsáveis pelo seu aparecimento, como a idade do animal, deficiências no sistema imunológico e predisposição genética.
Existem algumas características que são consideradas fatores de risco para o desenvolvimento da DRB.
Pode-se citar como exemplo dessa situação a administração inadequada do colostro e das vacinas ao bezerro. Dessa forma, o animal deixa de receber as imunidades necessárias para sua saúde. Além disso, alguns fatores ambientais podem predispor o animal ao desenvolvimento da doença respiratória bovina. O uso de baias coletivas e o contato impróprio entre bovinos de idades variadas são condições que têm potencial para causar o aparecimento da DRB.
Além disso, submeter os animais ao estresse pode ser um fator de risco. O desmame, o transporte, a nutrição e a mudança de ambientes são situações que podem acabar por estressar os bovinos, afetando seu sistema imunológico e deixando-os suscetíveis a ação de bactérias e vírus.
Os sinais clínicos encontrados no animal acometido pela DRB são variados . O mais comum deles é uma febre alta, de mais de 40ºC. Além disso, com o avanço da doença respiratória bovina, é comum que o animal apresente secreções nasais e oculares, dificuldade de respirar, tosse, respiração ofegante, falta de apetite e depressão.
Dessa forma, a fim de que a doença não se desenvolva e leve o bovino a óbito, é necessário que os profissionais da área estejam capacitados para reconhecer a afecção em seus estágios iniciais e tratá-la da maneira correta, garantindo o bem estar do animal.
O primeiro passo para se tratar a DRB é identificar sua causa, uma vez que o protocolo escolhido dependerá da detecção de sua origem. De qualquer forma, tratar os bovinos acometidos o mais precocemente possível é imprescindível para sua recuperação. Assim, mais uma vez, evidencia-se a importância do preparo do profissional que irá tratar desses animais.
Assim, a fim de evitar que a inflamação se alastre, é comum a prescrição de medicamentos de efeito rápido e de antiinflamatórios e antibióticos. Em algumas situações, é comum também a administração de soros e antipiréticos.
Algumas ações no manejo dos animais podem ser responsáveis pela prevenção da doença respiratória bovina. Essas intervenções incluem, principalmente, cuidados com os bezerros e animais nascidos recentemente. Confira essas práticas a seguir!
Por vezes, algumas etapas do manejo dos bezerros são realizadas de forma estressante. A fim de evitar que os novos animais sejam submetidos a essas condições, deve-se poupá-los de situações de dor ou desconforto, evitando, assim, que seu sistema imunológico seja comprometido
Garantir que o colostro oferecido seja de qualidade e que está sendo administrado ao bezerro nas primeiras horas de vida é essencial para o desenvolvimento do animal, uma vez que o colostro é responsável por oferecer anticorpos e imunoglobulina aos bezerros, auxiliando sua imunidade.
Quanto à alimentação dos bezerros, é primordial que possuam uma alimentação de qualidade e em quantidades adequadas, situação essa que é, mais uma vez, importante para que seu sistema imunológico se desenvolva. Também, a administração das doses de leite ou de outros suplementos deve ser feita em horários regulares, garantindo que o conteúdo apresente volume e temperatura adequados.
É indispensável que os animais encontrem as instalações nas condições adequadas. Assim, deve-se dar atenção a fatores como a temperatura, ventilação e umidade, além de evitar o acúmulo de dejetos que podem ser responsáveis pela produção de gases nocivos.
A essa prática, deve-se somar a atenção com a sazonalidade. Mesmo que os animais estejam mais suscetíveis a contrair a doença respiratória bovina quando a temperatura está baixa, os cuidados em épocas mais quentes também devem ser garantidos.
A umidade do ar elevada é uma condição favorável para a sobrevivência de bactérias e prejudica o isolamento térmico natural dos animais. Dessa forma, os bezerros devem ser alocados em instalações individuais e adequadas em formato, tamanho e condições de higiene.
Quanto aos animais mais velhos, estes também devem estar devidamente acomodados. Manter os animais instalados em grandes grupos pode acabar por facilitar a transmissão de patógenos aéreos que são exalados por meio da respiração e favorecer a liberação de gases tóxicos, formados em decorrência da higienização insuficiente.
Cuidar do umbigo dos bezerros também é uma prática de manejo de extrema importância. Durante os três primeiros dias de vida do animal, a estrutura deve ser higienizada com iodo 10%, que é uma substância que combate bactérias e auxilia a perda do coto umbilical, por meio da desidratação que causa.
Garantir que os animais estejam devidamente vacinados contra os patógenos que causam essa doença é uma medida fundamental que, alinhada às medidas de manejo previamente estabelecidas, é possível prevenir que a doença respiratória bovina chegue à fazenda.
A atenção às medidas de manejo é de extrema importância para prevenir a doença respiratória bovina. No entanto, contar com profissionais capacitados também é essencial para garantir a qualidade de vida dos animais da fazenda. Gostaria de atingir excelência e profissionalismo na área? Conheça o Curso de Primeiros Socorros em Bovinos!
Fontes: Revista Leite Integral, Blog Agroline, Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, Dia de Campo, Beefpoint, Milkpoint.