O balanço de água no solo é um método importante para proporcionar um manejo adequado. Um bom processo de irrigação é aquele que supre as necessidades hídricas no momento em que a água se faz mais necessária. Mas, para isso, primeiramente é preciso compreender como funciona a etapa do balanço hídrico, para que além de trazer resultados positivos à cultura, também evite o desperdício de água.
Este tipo de balanço consiste em analisar o excesso e o déficit, por meio de cálculos que devem estar presentes na rotina dos agricultores e trabalhadores rurais. No caso do excesso, por exemplo, o efeito pode ser destrutivo causando até mesmo a saturação do solo. Por outro lado, a aplicação de pouca água faz com que a produção não obtenha o benefício almejado. Saiba mais sobre balanço hídrico na irrigação a seguir.
O armazenamento de água no solo depende de uma série de fatores, tais como textura, distribuição e tamanho médio dos poros e estrutura do solo. Importante saber que quanto maior for a capacidade de um solo em armazenar água, menor será o escoamento superficial deste.
Conhecer os diferentes tipos de manejos de irrigação para saber quais proporcionam maior ou menor armazenamento de água no solo é essencial, já que a baixa disponibilidade hídrica para as plantas afeta diretamente seu desenvolvimento.
O agricultor deve saber a quantidade de recursos hídricos necessários para a cultura e quanto ele tem até o momento para executar um procedimento. A partir do conhecimento dos métodos para estabelecer o manejo de irrigação, o balanço da água no solo pode ser feito diariamente, por meio de tabelas e planilhas.
O fator climático é a base para qual será o foco da irrigação. É a partir dele que o produtor formula o balanço de água no solo, analisando se o sistema de manejo será de complementação ou necessário. Conhecendo a umidade do solo ou a quantidade de água da chuva capaz de armazenar, é possível determinar se a cultura está sofrendo deficiência hídrica ou não.
Portanto, nesta etapa do balanço hídrico pode-se contabilizar diariamente a variação entre o teor de água no solo, pelo controle das entradas (irrigação e chuva) e as saídas (evapotranspiração e drenagem) resultando em uma estimativa da lâmina d’água a ser aplicada em cada irrigação.
Para períodos de chuva menor que a demanda atmosférica por vapor d'água, a vazão (Q) diminui. Já nos períodos em que a chuva supera a demanda, a vazão aumenta.
Já sabemos que é fundamental para a irrigação expressar a quantidade de água existente no solo. Esta quantidade de água a ser irrigada para suprir a necessidade da planta é chamada de lâmina de irrigação.
Para uma área ser tratada como uma unidade de irrigação, deve-se medir o potencial ou o conteúdo da água do solo. As medidas devem ser feitas em pelo menos 3 a 4 pontos da área. Neste método é recomendável traçar um gráfico para medição.
Outro modo de estimar a lâmina de água é utilizando instrumentos com sensores instalados nas profundidades do solo. Com essa metodologia mais simples, pode-se traçar o perfil de extração de água pelo solo sem necessidade de estimar a profundidade efetiva do sistema radicular (Z), deixando a precisão na estimativa da lâmina de irrigação melhor.
Uma importante fase para a irrigação é a evapotranspiração da cultura, quando as condições de crescimento e desenvolvimento são consideradas ótimas. As estimativas da ETc, via alguns métodos empíricos ou semi-empíricos estão entre os mais utilizados.
Existem diversos tipos de cálculos para o manejo da irrigação, podendo ser pela frequência de irrigação fixa e pela irrigação variável por fase da cultura. Ou, também pelo uso de instrumentos, como o cálculo da lâmina líquida com sensores de solo em duas profundidades e o cálculo em várias profundidades. É importante reforçar que a escolha correta depende das condições de cada cultura.
Trabalhar com o balanço de água no solo é uma área rentável para agricultores e trabalhadores rurais. Portanto, uma especialização pode melhorar as condições de trabalho e ainda proporcionar atualizações frequentes, já que o meio ambiente está em constante mudança.
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Fontes: Secretaria de Agricultura da Bahia; LOPES, A.S., PAVANI, L.C., CORÁ, J.E., ZANINI, J.R., MIRANDA, H. A. - Manejo da Irrigação (tensiometria e balanço hídrico climatológico); VIEIRO, G. P., FERREIRA, J.H.D. e ARANTES, E.J. - Quantificação da Demanda Hídrica utilizando Balanço de Água no solo e o Levantamento Agrícola por Imagens de Satélite; FRIZZONE, J. A. - Necessidade de Água para Irrigação; Embrapa e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento