Dermatite digital em bovinos: sinais, prevenção e tratamento

Dermatite digital em bovinos sinais, prevenção e tratamentoA dermatite digital em bovinos é resultado de um processo inflamatório que acomete a epiderme do espaço interdigital. A doença é causada por uma infecção bacteriana mista, sendo considerados o Dichelobacter nodosus e o Fusobacterium necrophorum os principais agentes causadores.

Mesmo que não ocorra a extensão aos tecidos profundos, a dermatite resulta em perdas econômicas significativas para os criatórios. Entre as principais perdas estão: descarte prematuro dos animais acometidos, perda na produtividade com diminuição da produção de leite e carne, redução da fertilidade e altos gastos nos tratamentos. 

A melhor maneira é sempre a prevenção através do cuidado na rotina dos animais, mas como prevenir e tratar a dermatite digital em bovinos? Continue a leitura deste artigo e saiba tudo sobre a doença. 

Quais os sinais clínicos da dermatite digital em bovinos?

A dermatite digital que acomete os bovinos é do tipo superficial, caracterizada por uma leve erosão. Normalmente ela fica localizada entre os talões, podendo se estender até a parte anterior do espaço interdigital.  A inflamação pode ter caráter agudo, subagudo e crônico.

Um dos primeiros sinais clínicos é a dificuldade de locomoção, já que o animal exibe um desconforto ao andar. Com a evolução da doença, já nos casos mais graves, pode ocorrer hiperplasia interdigital (calo ou fibroma). Outro sintoma bastante comum é um odor fétido e dor ao toque. 

Os bovinos afetados apresentam umidade translúcida que se torna acinzentada no espaço interdigital. A lesão pode se espalhar para a região do bulbo provocando erosão e fissuras e se estendendo para o tecido córneo do talão. O animal pode apresentar, ainda, áreas necrosadas na pele, no tecido subcutâneo, nas bainhas tendinosas e nas cápsulas articulares e tendões, ou seja, nas partes internas do espaço interdigital. 

Tratamento e medidas profiláticas na doença

O tratamento na dermatite em bovinos deve ser tópico, com rigorosa limpeza, seguida de remoção dos tecidos necróticos e aplicação de anti-sépticos no local à base de iodo e bacteriostáticos em pó, oxitetraciclina em pó ou sulfametazina. Em seguida, o local do edema deve ser protegido com uma bandagem para melhor fixação da medicação. Antibióticos não costumam apresentar bons resultados.

Como os microrganismos que causam a dermatite digital permanecem nas fissuras e erosões que acometem os talões, é indispensável à toalete local para remoção dos tecidos degenerados dessas áreas. 

 

Em alguns casos, a cirurgia pode ser indicada para a retirada da hiperplasia interdigital. A intervenção cirúrgica pode ser necessária nas situações em que ocorrem claudicação ou lesões secundárias com sangramentos. 

Importante reforçar que o isolamento de animais muito lesionados pode ser necessário para se evitar a contaminação dos ambientes a partir da constante excreção de secreções contaminadas. Para isso, é recomendável que os bovinos fiquem em um ambiente sem áreas úmidas, drenado, sem matéria orgânica em excesso e sendo desinfectado constantemente com cal e/ou formol a 4%. 

Como prevenir a dermatite digital no rebanho?

A melhor maneira de prevenir a dermatite digital em bovinos é por meio de um cuidado na rotina dos cascos, ou seja, fazendo um casqueamento preventivo. A doença é considerada uma patologia evitável através do manejo adequado, com preocupação em oferecer um ambiente adequado aos animais, limpo, arejado e seco, evitando-se traumas podais em terrenos acidentados.

Por isso, saber corrigir os principais defeitos dos cascos de bovinos é a base para o pecuarista evitar prejuízos por falta de conhecimento. Pode não parecer, mas na pecuária atual, com a intensificação dos sistemas de produção, os problemas de cascos têm se tornado um dos principais entraves. 

Para cessar definitivamente este e outros males no seu rebanho, se torne um especialista através do curso de casqueamento preventivo e correção de aprumos em bovinos.

Fonte: Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária; Revistas Vet UFG; Revista Acadêmica Ciência Animal.

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