A nutrição dos bovinos é uma das peças chaves para quem trabalha com os animais, pois o fator nutricional afeta diretamente a reprodução, a produção de leite e a saúde do rebanho. Para se obter a eficiência produtiva esperada, o manejo nutricional de bovinos deve ser baseado em conhecimentos técnicos, permitindo a adoção de estratégias que melhorem a eficiência alimentar dos animais, bem como a eficiência econômica do sistema como um todo.
Portanto, alguns princípios devem ser levados em consideração para se fazer uma nutrição adequada. Neste texto vamos aprofundar os pilares essenciais para obter sucesso no plano nutricional da sua fazenda.
Os bovinos são animais poligástricos, dotados de estômago dividido em quatro compartimentos, contendo em sua porção inicial o Rúmen e Retículo que são responsáveis pela digestão dos alimentos fibrosos, transformando-os em nutrientes prontamente disponíveis para o desempenho produtivo.
Mesmo quando bem manejadas, as pastagens brasileiras não são suficientes para suprir a demanda nutricional dos bovinos. Por isso, a suplementação é extremamente necessária, independentemente do sistema de criação e do produto final. A dieta dos animais deve ser elaborada levando em consideração, também, a idade, o sexo, o estágio produtivo e a condição de saúde atual. A partir daí, lançam-se as estratégias nutricionais.
Cabe ressaltar que não existe receita fixa para a dieta. Uma nutrição adequada aos bovinos é composta por: definir o objetivo, fazer o manejo das pastagens, ter um bom manejo animal, investir em suplementação, garantir água de qualidade, fornecer comedouro adequado e conhecer o fornecedor.
O manejo nutricional adotado deve estar alinhado com os objetivos esperados para cada categoria. Por exemplo, a dieta dos bezerros deve conter níveis de proteína e minerais superiores às dietas dos animais mais erados, pois eles estão em uma fase de desenvolvimento dos tecidos musculares e ósseos.
Os erados, por sua vez, necessitam de uma nutrição mais energética, já que estão em fase de crescimento e o aumento de deposição de tecido adiposo (gordura) torna-se mais acentuado. Além dos objetivos traçados por categoria, estabelecer o objetivo de ganho da também é fundamental. Desmamar bezerros com 240 kg, por exemplo, ou obter ganhos de 1,2 Kg por dia na engorda, são objetivos importantes de serem alcançados.
Também deve-se observar a produção de bovinos de corte em pastagens durante o período da seca, pois estes animais têm sua base produtiva nos nutrientes oriundos das forragens. Sendo assim, a adoção de fontes de nitrogênio não protéica, como a uréia, associadas às misturas minerais, é a forma mais utilizada para eliminar a deficiência proteica durante a seca. Porém, esta suplementação é direcionada aos microorganismos ruminais, e não aos animais diretamente.
Já em uma dieta para os bovinos de leite deve-se considerar o nível de produção, o estágio da lactação, a idade da vaca, o consumo esperado de matéria seca, a condição corporal, tipos e valor nutritivo dos alimentos a serem utilizados. Como as vacas nas duas primeiras fases da lactação continuam em crescimento é necessário fornecer alimentos em quantidades superiores àquelas que deveriam estar recebendo em função da produção de leite.
Um plano de nutrição para bovinos de leite em fase de lactação deve considerar os três estágios da curva de lactação, pois as exigências nutricionais dos animais são distintas para cada um deles. Vale ressaltar que as vacas não devem parir nem excessivamente magras nem gordas e é recomendável alimentar as vacas primíparas separadas das vacas mais velhas.
Em qualquer condição de mercado, o fator de maior impacto no custo de produção é a alimentação. Para alcançar bons resultados e evitar qualquer tipo de déficit econômico, o pecuarista deve saber como adequar a nutrição dos bovinos desde os princípios básicos até às características de cada categoria.
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Fontes: Embrapa, Nutrição de Bovinos de Corte, Beefpoint,Milkpoint, Rehagro, Nutrição e Saúde Animal.
