Mensurar a dor de um animal ainda é um desafio para a medicina veterinária. Entretanto, conhecer os parâmetros fisiológicos de bovinos auxilia na avaliação de possíveis situações de risco, principalmente quando associados ao comportamento dos animais.
Os fatores fisiológicos têm forte influência sobre a qualidade da produção no Brasil. Na maior parte do território brasileiro geralmente os animais são submetidos à temperatura ambiente elevada durante grande parte do ano.
Por isso, o meio ambiente e suas ações estão diretamente ligados às condições e adaptabilidade dos bovinos. Conheça, durante este artigo, alguns dos principais parâmetros fisiológicos e tire suas dúvidas sobre o tema.
Normalmente, os parâmetros fisiológicos estudados em relação aos bovinos são a temperatura retal (TR), a temperatura da pele (TP), frequências respiratória (FR) e cardíaca (FC), eritrócitos (ER), hematócrito (HT), hemoglobina (HB), volume globular médio (VGM), hemoglobina globular média (HGM), concentração de hemoglobina globular média (CHGM) e índice de tolerância ao calor (ITC).
Os efeitos do ambiente térmico sobre as respostas fisiológicas de bovinos leiteiros, principalmente em relação a FR, a TR e a TP, devem ser considerados como uma forma de caracterizar situações de estresse. Sendo assim, os bovinos criados em confinamento na sombra apresentam condições e resultados diferentes dos que são criados no sol.
O pecuarista também deve estar sempre atento aos horários e às mudanças da estação do ano. A diferença entre as estações pode ser atribuída à adaptação dos animais às temperaturas ambientes. Um exemplo é em relação aos parâmetros sanguíneos que frequentemente são alterados na estação chuvosa, provavelmente, em função da umidade relativa do ar elevada.
Em épocas mais quentes, os bovinos de leite podem estar entre os mais afetados pelo estresse térmico, uma resposta importante frente ao calor. Já na seca, parâmetros como FC e FR são mais altos.
De maneira geral, o aumento da temperatura superficial significa perda da capacidade de equilibrar a temperatura da pele com a do ambiente, dificultando assim, a transferência de calor de um local para outro.
Se a temperatura do ar está muito elevada, há um aumento no esforço animal para perder calor. Em algumas situações, os mecanismos de termorregulação podem não ser suficientes para evitar a elevação da TR, TP e FR.
Quando o organismo do animal está sob estresse de calor, ocorre uma vasodilatação periférica, resultando numa queda da pressão sanguínea; para compensar essa baixa pressão, há um incremento no trabalho cardíaco. Por esse motivo, animais em ambientes quentes tendem a apresentar aumento na frequência de batimentos cardíacos.
As respostas fisiológicas compreendem riscos como o aumento da frequência respiratória, redução na ingestão de alimentos e aumento na ingestão de água. Com o passar do tempo, elas podem deixar de ser um problema que afeta apenas a produção para se tornar vitais para o bovino.
O fornecimento de sombra para os animais, seja ela natural ou artificial, é um meio eficiente para auxiliar no conforto animal. Na maioria das vezes, os animais apresentam aumento nas variáveis fisiológicas indicadoras de estresse calórico severo quando confinados sem disponibilidade de sombra.
Vale ressaltar que mudanças requerem adaptação. Alterações bruscas podem ser fatais ou resultar em ações emergenciais para salvar a vida do animal.
Um pecuarista que preza pelo seu rebanho, deve estar preparado para agir em qualquer situação. Seja esse tipo de profissional e tenha conhecimento profundo dos sistemas vitais, anatomia e processos de enfermagem com o Curso de Primeiros Socorros em Bovinos do CPT Cursos Presenciais.
Fontes: Biosci. J., Uberlândia, v. 29, Supplement 1, p. 1687-1695, Nov. 2013; Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia 2016, Santos. Laize Vieira. Scielo Brasil.