Chamamos de matéria seca (MS), a massa do produto - como alimentos, por exemplo - subtraída da massa de água. Esse consumo é fundamental na formulação de dietas que atendem exigências nutricionais, além de estimar tanto o ganho de peso diário dos animais como a lucratividade da exploração, principalmente em gados de confinamento.
Dentre as diversas estratégias utilizadas para aumentar o desempenho dos animais, a matéria seca digestível é ainda a que traz melhores resultados. Mesmo os alimentos mais secos, como fenos e cereais, possuem algum percentual de água.
Todavia, ajustar a quantidade na dieta dos bovinos de corte requer conhecimento e mensuração. Entenda qual a importância de incluir essa matéria na nutrição e como calcular a quantidade ideal neste artigo. Boa leitura!
A grande importância de se conhecer a porcentagem de matéria seca de um alimento é que nutrientes como energia, proteína, minerais e vitaminas fazem parte dela. Estimar o consumo nutricional é fundamental para predizer as taxas de ganho de peso e para aplicar equações de predição das exigências nutricionais de gado de corte.
Vale ressaltar que acompanhar a dieta e reajustar sempre que necessário é importante para o resultado. O acompanhamento do consumo de alimentos serve ainda na identificação de indivíduos ou grupos com problemas, a tempo de evitar perdas econômicas mais severas. Quando um curral é identificado com baixo consumo de MS precocemente, medidas corretivas apropriadas podem ser adotadas.
Além disso, o consumo alimentar representa 70 a 80% do investimento de um proprietário e uma estimativa precisa é crucial para o sucesso da criação. Por isso,o pecuarista deve ter em mente que a matéria seca pode variar entre raças e fases. Por exemplo: animais na fase de terminação apresentam menor capacidade de consumo de MS que os animais durante a fase de recria.
Normalmente, a porcentagem de MS também varia de alimento para alimento. Um tipo bastante comum é o milho em grão seco, frequentemente utilizado nas rações. Para cada 100 gramas de milho, cerca de 10 g é umidade e 90 g é matéria seca. Já uma silagem de milho tem teor de matéria seca menor, cerca de 30%, para cada 100 gramas, aproximadamente, 70 g é umidade.
O ingrediente também deve ser levado em consideração. Outro exemplo é quando a matéria seca está dentro de um silo, principalmente quando o ingrediente é uma forragem. Um corte em dias diferentes, horários diferentes, campos diferentes ou tamanho diferentes, pode oferecer uma variação em um mesmo produto, dentro de um mesmo local. Dessa forma, o cálculo da MS é fundamental.
Mensurar corretamente a MS dos ingredientes deve ser o primeiro passo na hora de formular a dieta do animal, já que ela é a base para a inclusão de outros nutrientes.
Geralmente, sua determinação é feita em laboratórios ou no próprio empreendimento rural. A técnica consiste em pesar uma determinada quantidade de alimento, colocá-lo para secar em um estufa, forno ou micro-ondas e então pesá-lo novamente.
A diferença entre os pesos antes e depois da secagem é devida à perda da umidade. O que sobrou após a secagem é a matéria seca, expressa em porcentagem, dividindo o valor do peso depois da secagem pelo valor do peso anterior à secagem.
Para realizar a determinação da porcentagem precisa é recomendável utilizar balanças de precisão e estufas com temperatura controlada, como colocar o alimento em estufa à temperatura de 55º C por 72 horas.
Não há dúvidas de que a nutrição é um dos pontos chaves para o desempenho do bovino de corte. Mas, só essa informação não basta. O pecuarista precisa saber montar, adaptar e mensurar uma dieta para alcançar o lucro desejado.
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Fontes: Agroceres, Beefpoint, Agroceres (outro link), Embrapa.