O propósito da irrigação é abastecer as plantas de água à medida que elas necessitem. Nesse sentido, o manejo de irrigação é fundamental para calcular a quantidade certa de água e o momento ideal da aplicação. Uma das medidas para isso acontecer é o turno de rega.
O cálculo do turno de rega estima com razoável precisão, a frequência da irrigação e o volume de água a repor ou que poderá de ser armazenado no solo, determinado a partir de parâmetros edafoclimáticos, das demandas hídricas das plantas cultivadas e das características operacionais dos sistemas de irrigação.
Quer saber como calcular e conhecer a importância de aplicar esse critério na sua irrigação? Veja abaixo.
Considerando o objetivo dos processos de irrigação, definir corretamente o turno de rega é essencial para que o desenvolvimento das plantas não seja afetado pela falta ou excesso de água. Uma vez que o agricultor determina o turno de rega em sua plantação, a época da próxima irrigação será alguns dias correspondentes ao turno, a partir do dia da última irrigação.
Esta técnica agrícola depende de algumas análises, tais como tipo de solo, o clima, a planta, e qual é o sistema de irrigação utilizado. Na prática, o turno de rega irá representar o número de dias que o solo terá reserva de água suficiente para suprir a necessidade hídrica das plantas, sem prejudicar o seu desenvolvimento. Assim, a umidade do solo será igual ou maior que a umidade mínima definida pelo fator de disponibilidade de água no solo.
O manejo da irrigação pode ser conduzido de dois tipos: rega fixo ou rega variável. Na primeira técnica, o número de dias entre duas irrigações consecutivas é o mesmo. Ele normalmente é adotado em áreas que apresentam baixa precipitação pluvial, onde a maior parte da água é suprida por meio de irrigação.
Já em sistemas com lâmina d'água fixa, o turno de rega é variável, isto é, a irrigação é dependente da capacidade de armazenamento de água no solo. Neste caso, dizemos que o número de dias entre as irrigações se torna variável.
Independente do tipo de turno de rega adotado no manejo da irrigação, fixo ou variável, o sistema de irrigação deverá repor ao solo a mesma quantidade de água que foi evapotranspirada pela cultura, após a última irrigação ou chuva.
Para saber exatamente como aplicar, após feitas todas as análises acima, é necessário calcular.
Existem várias fórmulas para auxiliar na determinação do turno de rega ideal para cada plantação. Entretanto, a mais conhecida é a que calcula a disponibilidade total da água no solo (DTA). O cálculo consiste em definir o DTA a partir da subtração da capacidade de campo, % em peso, pelo ponto de murchamento. O resultado é multiplicado pela densidade do solo.
Ou seja, no cálculo final temos: DTA = (Cc - Pm) x dap
Uma segunda maneira de chegar nesse valor é pela divisão entre a irrigação necessária e a evaporação da cultura. Já o valor em dias do turno de rega pode ser conhecido através da divisão entre a capacidade real de água no solo pela evapotranspiração potencial da cultura.
Se essa técnica é empregada em conjunto com irrigação suplementar, o valor obtido pode ser calculado a partir da divisão da capacidade real de água pela diferença entre a evapotranspiração potencial e a precipitação provável efetiva.
Diante disso, é possível perceber que o turno de rega requer conhecimento e preparo profissional para desempenhar a técnica. Chegar aos resultados corretos é demonstrar pleno domínio do manejo de irrigação. Se você quer ir além e aprofundar esta e outras técnicas, conheça o Curso de Manejo de Sistemas de Irrigação e saiba, a partir de agora, a estabelecer o plano de irrigação adequado para o seu tipo de cultura.
Fontes: Passei Direto, CPT Cursos Presenciais, UFRRJ, Cursos CPT, Conhecer.org.