O que é estresse térmico em vacas e seu impacto na produção

 

Com as temperaturas aumentando cada vez mais, pecuaristas devem ficar em constante alerta quanto ao surgimento do estresse térmico em vacas. Considerado um dos fatores de maior perda econômica em fazendas localizadas em regiões mais quentes, o problema afeta diretamente a saúde, o comportamento,a reprodução e a produção dos animais.

 

Animais em estresse térmico apresentam alterações clássicas. Atuar de forma preventiva para minimizar os seus impactos pode ser um desafio. Portanto, é recorrente a procura por profissionais que saibam agir diante do problema, proporcionando bem-estar à vaca e alcançando bons resultados.

 

Ao longo do texto aprofundaremos no tema, destacando o que é mais importante quando o assunto é estresse calórico. Boa leitura!

 

Como ocorre o estresse térmico em vacas

 

Assim como qualquer outra espécie, os bovinos de leite também apresentam uma faixa de temperatura considerada como zona termoneutra. Nessa condição, o animal não precisa direcionar grandes quantidades de energia para termorregulação, sendo o gasto mínimo de energia para manutenção, resultando em máxima eficiência produtiva.

 

Porém, quando a taxa de ganho de calor excede a perda, levando o animal a sair de sua zona de conforto térmico, acontece o chamado estresse térmico. Fatores ambientais como a alta temperatura, a umidade, a velocidade do ar e a exposição à radiação solar estão entre os que mais contribuem para que as vacas acumulem calor corporal. 

 

O problema é normalmente encontrado no manejo de vacas leiteiras nos trópicos e subtrópicos, regiões mais quentes. Entretanto, com a adversidade climática cada vez mais frequente, as estratégias de manejo ambiental devem ser adaptadas.

 

O estresse térmico em vacas também pode acontecer pelo frio, mas em países de clima tropical, como o Brasil, é mais comum a ocorrência do problema pelo calor. 

 

Porém, a alta temperatura não é causa exclusiva. Outros fatores também podem elevar a temperatura corpórea. Entre elas estão: doenças, lesões, infecções, toxinas e nível de atividade de animal e estro.

 

Sinais clínicos do estresse térmico em fêmeas bovinas

 

Uma das primeiras alterações observadas em animais com estresse térmico é o aumento da frequência respiratória e ofegação na tentativa de perder calor para o ambiente. Ainda devido ao calor, as fêmeas sob estresse calórico reduzem a ingestão de matéria seca voluntária, uma estratégia para diminuir o metabolismo basal e manter a temperatura constante. 

 

Boca aberta, língua para fora, aumento da salivação e da transpiração também são sinais clínicos normalmente apresentados em situações de estresse. 

 

Impactos do problema na produção

 

Uma propriedade que enfrenta o estresse térmico em vacas pode ter diversos prejuízos, impactando não só a saúde, mas também a produção e a reprodução dos animais. No caso de vacas de leite, pode acontecer uma redução significativa na produção e nos constituintes do leite. Essa diminuição deve-se, principalmente, à redução na ingestão de alimentos, à hipofunção da tireóide e à energia despendida para eliminar o excesso de calor corporal.

 

Já na reprodução, a duração do cio, que normalmente é de 14 horas, pode reduzir para 8 em períodos mais quentes. Por este motivo, o número de aceitação de montas também pode diminuir, impactando na taxa de serviço. 

 

A queda na eficiência e os impactos na produção podem ser evitados com medidas preventivas, tais como, sombreamento adequado para os animais, disponibilidade de água suficiente, principalmente após a ordenha e nas horas mais quentes do dia, redução das distâncias de deslocamento do animal, e etc.

 

Como socorrer um animal com estresse térmico

 

Se as medidas de prevenção não forem bem executadas e a vaca continuar passando por situações de estresse térmico, a melhor maneira de resolver é oferecendo socorro imediato ao animal. 

 

Molhar bem as fêmeas em estado mais crítico para ajudar no resfriamento, levá-las para áreas de sombreamento, ligar ventiladores e aspersores em galpões e, principalmente, checar sua saúde, devem ser ações obrigatórias. Aprenda na prática a agir nesta e em outras situações emergenciais com o Curso de Primeiro Socorros em Bovinos. Comece a salvar vidas e a evitar prejuízos! 


Fontes: Fundação Roge, Rehagro 1, Milkpoint, ABREU, 2011, Rehagro 2

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