Criação de gado em semiconfinamento: vale a pena adotar o sistema?

O número de pecuaristas que estão recorrendo ao sistema de gado em semiconfinamento em busca de uma maior produtividade vem crescendo. Contudo, como realizar o semiconfinamento e quais são as boas práticas nesse sistema ainda são dúvidas de muitos proprietários. 

 

O primeiro ponto a se saber é que essa técnica é diferente de um sistema de confinamento a pasto apenas pela quantidade de concentrado fornecida no cocho. Assim, o semiconfinamento se apresenta como uma estratégia para manutenção do equilíbrio de alimentos no sistema de produção, visando incrementar os níveis de produção animal. 

 

Ao longo deste artigo falaremos mais sobre o semiconfinamento, quais as vantagens de utilizá-lo e como adotá-lo. Continue a leitura! 

 

O sistema de gado em semiconfinamento 

 

O semiconfinamento, também conhecido como engorda a pasto de bovinos, atua para corrigir as deficiências nutricionais que as pastagens apresentam, principalmente no período de seca. Durante essa época, o valor nutritivo e a produção de gramíneas forrageiras nos trópicos diminuem, podendo ocasionar a desnutrição dos animais criados a pasto e, consequentemente, baixo ganho de peso.

 

Por ser uma estratégia alimentar, a complementação da dieta no semiconfinamento se faz com uma ração balanceada com núcleo, mineral com aditivos, aliado aos grãos. Por exemplo, na prática, se for fornecer para um animal, em média, 1% do peso corporal em concentrado para um animal de 400 kg, deve-se fornecer quatro quilos de concentrado por dia. 

 

O uso correto da estratégia garante que os animais tenham acesso aos nutrientes essenciais para a mantença e ganho de peso. A suplementação reverte a perda de peso, devido a baixa disponibilidade de nutrientes da pastagem, em ganho de peso corporal dos animais.

 

Outra vantagem da criação de gado em semiconfinamento é não precisar produzir volumoso na fazenda, uma vez que irá usar o pasto como fonte para os bovinos. Dessa maneira, o pecuarista consegue aumentar a taxa de lotação na fazenda e a taxa de desfrute, proporcionando um melhor rendimento de carcaça para esses animais. 

 

Como adotar o sistema?

 

Ter um gado em semiconfinamento que promova a eficiência na produção requer conhecimento e estrutura. A propriedade deve ter instalações para as baias com cochos e bebedouros, com espaço suficiente para o rebanho, além de uma área de pasto que não ultrapasse a taxa de lotação.

 

Para montar os cochos, vale considerar que os bovinos terão, em média, 40 cm por cabeça. Além disso, é recomendado um misturador e um distribuidor de concentrado para esses animais durante todos os dias. 

 

A estrutura adequada normalmente se baseia em:

 

  • Mínimo de 1 animal por hectare; 

  • Baias com a metragem que varia entre 12,5 m² à 15 m² por animal;

  • Cochos com tamanho suficiente para todos os bovinos se alimentarem ao mesmo tempo, a uma altura de 70 cm do chão; 

  • Bebedouro com água limpa e trocada frequentemente.

 

Boas práticas na criação de gado em semiconfinamento

 

Além da estrutura, algumas práticas também são essenciais para os bons resultados no semiconfinamento. Primeiramente, tenha cuidado com o manejo dos animais. É indicado levar ao semiconfinamento os animais que estiverem perto do ponto de abate com período programado para 60 dias. Deve-se, também, separar os bovinos mansos dos arredios para formar lotes mais homogêneos possível. 

 

Garantir a vedação de pastagem também é importante. O pasto diferido é o que assegura o aporte de fibras necessário para o gado. Por fim, como a técnica consiste na alimentação, nada mais adequado do que fornecer a suplementação nutricional adequada. 

 

Apesar da recomendação de concentrados variarem de 0,8% a 2% do peso corporal, o desempenho e o acabamento da carcaça dependem da quantidade de ração fornecida, podendo ajustar a dieta do gado conforme a situação.

 

Os desafios de criar gado em semiconfinamento se concentram na manutenção da dieta nutritiva, principalmente nas regiões que atravessam períodos de seca e baixa produtividade de forrageiras. Portanto, é recomendado que o pecuarista tenha o auxílio de um técnico ou saiba encontrar a formulação adequada para o seu rebanho.

 

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Fontes: Nutrição e Saúde Animal, Giro do Boi, UFMG, Rehagro Blog, Boi Saúde.

 

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