Controle biológico no algodão é mais eficaz do que químico

A cultura do algodão, apesar de rentável, é atacada por centenas de pragas que podem levar à diminuição da produtividade e consequente prejuízo para o produtor. Entre os insetos que causam danos à cultura, como a broca, o percevejo castanho e os lepidópteros, as pragas que causam mais prejuízo, em geral, são o bicudo e o curuquerê. Já, no Cerrado brasileiro, por exemplo, o índice de ataques do percevejo castanho vem crescendo anualmente. Praga de solo que ataca a raiz, o que se reflete na parte aérea da planta e também provoca queda na produção.

Segundo Carlos Alberto Domingues, entomologista da Embrapa Algodão, além desses três insetos, existem os sugadores, como os pulgões, a cochonilha e a mosca branca. Eles são capazes de produzir honeydew, uma substância açucarada que pode propiciar o surgimento de fungos.

- Quando se alimenta e suga a seiva da folha, ele solta uma substância açucarada sobre ela, que, logo em seguida, é recoberta por um fungo. Esse fungo forma o que é conhecido como fumagina. Se coincidir com o período de abertura dos frutos, ele pode impregnar a fibra do algodão com açúcar e prejudicar a fiação e a manufatura dessa pluma - explica o entomologista.

De acordo com ele, esses sugadores são capazes, ainda, de transmitir viroses para a cultura do algodão. Portanto, lavouras atacadas por mosca branca e pulgões que já apresentam histórico de viroses, precisam de tratamentos mais rigorosos, já que esses insetos são capazes de transmiti-las.

- Para identificar o ataque de pragas, o produtor deve seguir as recomendações feitas pelas instituições de pesquisas, como a Embrapa e outras instituições nacionais, além de algumas universidades. A partir daí, tem-se o manejo integrado de pragas do algodoeiro. Dentro desse manejo integrado, existem diversas estratégias para controlar essas pragas além da química - afirma Domingues.

Manejo integrado, sem inseticidas

Para ele, o uso de inseticida químico é extremamente importante, mas não é apenas isso que resolverá o problema. Ele diz que o inseticida deve estar associado a um conjunto de medidas de controle, como boas práticas culturais.

- Essas práticas devem incluir a limpeza da lavoura, o plantio na data recomendada, o respeito ao calendário de plantio e a destruição correta dos restos de cultura. Tudo isso, juntamente com o controle químico e também o controle biológico fazem com que o produtor tenha uma renda melhor - garante.

Domingues ressalta que, quando se fala em controle químico, não basta que o inseto esteja presente na lavoura para que a pulverização seja necessária. É preciso que ele esteja em um nível populacional que exija tais medidas de controle. Portanto, devem ser feitos levantamentos, pois cada praga tem um nível de controle diferente, o que deve ser respeitado.

   
 

Fonte: Portal Dia de Campo

 

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