Técnicas simples fazem da Paraíba líder na produção de leite de cabras

A Paraíba tornou-se líder na produção leiteira de cabras, com técnicas simples. Isso aconteceu porque, nesse Estado, o trabalho da ovinocultura arrebanhou 600 produtores ao longo dos últimos 10 anos e, ao contrário, dos outros Estados, concentrou esforços na produção leiteira.

A valorização das cabras na região ocorreu depois que o Sebrae, em parceria com a fundação Banco do Brasil e as prefeituras, criou o projeto Aprisco, presente nos nove Estados do Nordeste.

De acordo com o veterinário Rodrigo Azevedo, Gestor do projeto Aprisco na Paraíba, hoje a esta região é considerada a maior produtora de leite de cabra do país. Todo o estado produz algo em torno de 14 mil litros de leite de cabra por dia e, às vezes, chega a picos de 18 mil litros. Mas essa produção só se tornou possível graças à melhora na genética dos animais.

Historicamente, a criação comercial de caprinos no Nordeste sempre esteve destinada à produção de carne e o leite, por muito tempo, foi considerado um produto secundário, pouco valorizado. Para mudar essa visão, técnicos agrícolas, contratados pelo projeto Aprisco, passam o dia percorrendo as propriedades, levando informações sobre as boas práticas de manejo. O trabalho do agente de desenvolvimento rural é visitar duas vezes por mês cada uma das 30 propriedades que estão na sua área de cobertura.

O agente de desenvolvimento rural, João Lázaro de faria, explica que muitas dessas informações são básicas, como questão de higiene da ordenha, manejo alimentar e reprodutivo dos animais. Nas orientações, Francisco Pereira, com um rebanho, hoje, de 30 cabras em lactação, aprendeu que o reprodutor deve ficar a uma distância mínima da sala de ordenha e, até mesmo, das cabras que estão em lactação. Isso evita que o cheiro forte do bode, chamado pelos técnicos como "odor hircino", passe para o leite.

Outra orientação dada diz respeito à consanguinidade, a partir da qual é importante não haver cruzamento dos reprodutores com as filhas ou até mesmo com as netas, porque isso faz perder qualidade tanto no animal quanto na produção leiteira.

O criador Aloísio Maracajá, recém-chegado ao projeto Aprisco, sem experiência na produção de cabra leiteira, teve que aprender o básico como, por exemplo, lavar as tetas das cabras antes da ordenha. Para tirar 10 litros de leite por dia, ele não descuida da alimentação dos animais. Todos os dias, no cocho, fornece uma mistura de farelo de soja com farelo de algodão, além de palma ou capim. O trato gerou uma despesa de R$ 90 por mês no orçamento, mas, segundo ele, compensa.

O criador Alexandre Farias, em Cabaceiras, é dono de uma das criações mais tecnificadas de cabra de leite da região. Ele formou um rebanho de 150 cabeças, muitas delas puras, da raça pardo-alpina. Mecanizou a sala de ordenha, para o trabalho que é feito duas vezes ao dia, e, com a ajuda da irrigação, mantém cinco hectares de capim tifton, verdinhos, que garantem o sucesso do pastejo rotacionado. Em cinco anos, a produtividade média de cada cabra dele passou de um para dois litros de leite por dia. A estratégia para formar um rebanho assim foi apostar na genética de animais já adaptados à região. Com todo o investimento que fez, Alexandre diz que, atualmente, consegue um lucro de R$ 0,40 por litro de leite.

Ainda em fase experimental, o excedente da produção leiteira tem virado derivados, como iogurtes, queijos e achocolatados.

O principal comprador de todo o leite de cabra produzido no Estado paraibano é o programa Fome Zero, mantido com 80% de verbas do Governo Federal e 20% com recursos do próprio Estado. Nesse programa, cada produtor pode entregar até 17 litros de leite por dia, que são distribuídos a gestantes, idosos e famílias carentes que possuam crianças.

  Fonte: G1 Adaptação: Revista Agropecuária    

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