As commodities agropecuárias, após anos de recordes dominantes e alto crescimento mundial, passa por um período que se arrasta já por dois anos, de risco entre eventos climáticos e crise financeira planetária.
As elevadas temperaturas que atingiram as últimas safras americanas, comprometendo a produção de soja e milho, levam a preços recordes enquanto, abrindo espaço para concorrentes potenciais, entre os quais o Brasil. Devido às deficiências de infraestrutura, os produtores brasileiros de milho, por exemplo, não se beneficiaram em grande escala da queda na produção de trigo na Europa.
A liquidez continua abundante, mas os altos riscos a mantêm represada. Os investidores seguem de olho no clima e seus impactos sobre a produção e atentos também a macroeconomia e seus efeitos sobre a demanda: renda em queda e dólar em alta são freios para os preços.
Mas os juros baixos e os riscos de problemas de abastecimento levam à formação antecipada de estoques preventivos por parte de grandes consumidores, elevando os preços.
O mercado brasileiro, neste primeiro semestre, excetuando-se casos como o da soja - cujas cotações estão 50% superiores às do mesmo período do ano passado - a tendência foi de queda nos preços ao produtor.
Os preços dos alimentos ao consumidor brasileiro têm ajudado no controle da inflação, criando espaço para redução nos juros.
Essa tendência é reforçada pelos preços da indústria, que vem sofrendo com a importação dos excedentes de outros mercados em recessão. Agricultura e indústria não vão ajudar no crescimento neste ano, garantem especialistas.
Fonte: Cepea
Adaptação: Revista Agropecuária
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