Emprego temporário no RS é garantido com a tosquia de ovelha

A época da tosquia de lã garante emprego temporário para muita gente até o fim do ano. Em Santana do Livramento no Rio Grande do sul, onde está o maior rebanho de ovinos do Estado, o trabalho de esquilar as ovelhas muda a rotina de quem trabalha nas propriedades rurais.

Na fronteira do Brasil com o Uruguai, a grande movimentação na propriedade de Olimpio Somões Pires, em Santana do Livramento, é para fazer a esquila, como é chamada por lá a tosquia das ovelhas. Os trabalhos são feitos com a ajuda de uma máquina. Os funcionários terminam o trabalho com tesouras. Em três dias, eles terão esquilados 1,2 mil somente nesta estância.

De acordo com Pires a máquina não machuca os animais, é mais rápido para fazer o trabalho. "Eu vou esperar para vender a lã para conseguir um preço melhor, de R$ 6 a R$ 8".

Em outra propriedade rural o trabalho é feito de forma manual, onde as tesouras ainda não foram aposentadas no fundo dos baús. A esquila dos 500 ovinos da raça merino australiano é feita a martelo. É chamada assim porque o barulho das tesouras se parece com o de martelos. O esquilador Hélio Garim disse que a forma manual é tradição. "Aprendi com os mais antigos, machuca menos o animal porque, como tem bastante lã, tem que olhar bem para tosar. Só cansa mais por causa da posição".

O trabalho de tosquiar ainda não começou em todas as propriedades. Na propriedade de Cláudio da Fontoura Arteche, a máquina de tosar está parada no galpão. O criador prefere esperar o tempo esquentar mais para esquilar os mais de 800 ovinos da raça texel. "É uma lã mais grossa, mas não dá para desperdiçar porque cada ovelha rende 3 quilos de lã", ressalta Arteche.

O valor da lã depende da raça do animal. A do merino australiano, por exemplo, está cotado a R$ 11 o quilo, 10% a mais em relação à safra do ano passado.

Nas barracas, locais de compra e venda de lã, o trabalho também não para. Em uma delas, o estoque está lotado e com a venda garantida. O empresário Carlos Roberto Carneiro, que trabalha no ramo há mais de 20 anos, espera bons negócios. De acordo com o empresário, ele recebe de 50 a 70% da lã dos produtores de Livramento, "espero comprar de 2 a 3 milhões de quilos".

A lã é toda exportada para o Uruguai, porque as indústrias do Brasil não estão comprando. O mercado da lã está firme, se mantendo, o câmbio alto do dólar está ajudando a manter o valor - diz Carneiro.

A esquila gera empregos de várias formas. Saul da Silva Soares, por exemplo, percorre de estância a estância levando a máquina de tosar, ele emprega 14 pessoas por mais de dois meses. O esquilador ganha em média R$3,5 a cada ovelha tosada.

Fonte: Pecuária Rural

Adaptação: Revista Agropecuária

 

 

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