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A confirmação da existência de marcação priônica (proteína modificada) em amostra de célula de um bovino morto no ano de 2010 foi recebida no dia 6/12 pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Trata-se de um antigo caso não clássico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), uma vez que verificações feitas apontam que o animal não morreu desta enfermidade.

Os resultados das análises deste caso ocorrido em 2010, no Estado do Paraná foram informados a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) pelo o Mapa. A OIE enviou, na sexta-feira (07), um ofício mantendo o status do Brasil como país de risco insignificante para EEB, a melhor classificação existente. Por se tratar de um caso não clássico é que a OIE enviou o ofício.

O resultado apresentado pelo Animal Health and Veterinary Laboratories Agency, localizado em Weybridge, na Inglaterra, conclui que se trata de um caso não clássico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) e reforça a certeza de que o animal não morreu da referida enfermidade. O que foi detectado é que o animal possuía o agente causador da EEB (príon), porém, não manifestou a doença e nem morreu por esta causa.

Não foi demonstrada pelas investigações epidemiológicas qualquer compatibilidade com um caso clássico da doença, uma vez que o bovino de idade avançada (13 anos) morreu em menos de 24 horas e de forma aguda. Além disso, tratava-se de um animal criado exclusivamente a pasto. O conjunto de sintomas contraria aqueles da EEB Clássica, caracterizada por apresentar quadros clínicos de até meses, e ocorrendo principalmente em bovinos de até sete anos de idade que consumiram rações contendo farinhas de carne contaminadas com o príon.

Ênio Marques, Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério assegura que "o caso, detectado há dois anos, é uma ocorrência antiga e isolada, que não traz nenhum risco à saúde pública e à sanidade animal do país". O Secretário informa que o caso foi encontrado em procedimentos de vigilância sanitária de rotina estabelecida pelo Mapa. Ele ressalta ainda que foram realizados, de 2004 até hoje, cerca de 25 mil exames laboratoriais e jamais houve qualquer achado semelhante no País.

O consumo de proteínas de origem animal por ruminantes é proibido no Brasil desde 1996, além do sistema de criação da pecuária brasileira (extensivo) ser refratário à ocorrência do caso clássico da doença. O Brasil seguiu todos os procedimentos de diagnóstico laboratorial e de investigações epidemiológicas complementares que são estabelecidos para o caso, tanto aqueles de nível nacional, quanto às diretrizes internacionais definidas pela OIE, informa o Secretário.

A qualidade do sistema de prevenção da EEB do Brasil é reconhecida internacionalmente pela OIE, que em 2012 incluiu o País na relação de países com "risco insignificante para a EEB", a melhor categoria mundial possível para essa doença. De acordo com Guilherme Marques, Diretor do Departamento de Saúde Animal e Delegado do Brasil perante OIE, o presente resultado laboratorial não afeta o mencionado reconhecimento.

Ele frisa que: "Nossos procedimentos demonstram a transparência e a fortaleza do sistema de vigilância implantado no Brasil, pois nenhum país do mundo está livre de identificar um caso como esse, razão, pela qual a própria OIE não classifica os países como livres de EEB, a exemplo do que é possível fazer para outras doenças (febre aftosa, peste equina, PPC, entre outras)".

A OIE considera a carne e o leite bovinos como alimentos seguros, ou seja, totalmente isentos de risco para a população humana, mesmo quando da ocorrência de casos típicos da enfermidade em um país, o que não é o caso.

Vários países já registraram casos semelhantes, como Estados Unidos, Canadá, Japão, Portugal e Inglaterra. A União Europeia comunicou 06 casos de EEB atípica junto a OIE, somente no ano passado.

Fonte: Sou Agro

Adaptação: Revista Agropecuária

 

 

 

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