A alimentação é e sempre foi o ponto principal na criação de animais, não sendo diferentes na pecuária leiteira. Por ser a fração mais cara da criação, deve-se ter bastante cuidado para que não seja fornecida em excesso, ocasionando perdas financeiras pelo desperdício ou superalimentação, nem menor do que a exigência do animal, perdendo-se neste caso em desempenho e produtividade.
Para se formular uma ração, não basta apenas misturar alimentos e fornecer ao animal, é preciso que a dieta esteja balanceada, pronta a atender à todos os nutrientes requeridos pelo animal.
Para definir uma dieta, precisamos separar os animais em lotes, de forma que sejam o mais homogênio possíveis. Essa separação deve começar da fase de produção e hormonal do animal; condição de escore corporal - ECC, em gado de leite esse valor e dado de 1 a 5, variando desde o animal bastante magro (escore 1) ao animal gordo (escore 5); raça; genética; produtividade da vaca; dentre outros.
No caso de vacas leiteiras, devemos diferenciar esses grupos de acordo a fase em que elas se encontram entre um parto e outro, que se distingue:
1) Período seco: correspondente em geral de 60 dias pré-parto.
2) Início de lactação: vai desde o parto à cerca de 100 dias pós-parto.
3) Meio da lactação: dos 101 aos 200 dias pós-parto.
4) Final da lactação: dos 201 aos 305 dias pós-parto.
Período seco
É ideal que as vacas quando secas apresentem um bom escore de condição corporal, em torno de 3.5, para que não sofra grandes perdas no período pós-parto, queda na qualidade imunológica do colostro e que a formação do feto também não seja interrompida ou prejudicada, já que no terço final é o período de maior crescimento fetal.
Neste período, pelo tamanho do feto, a vaca reduz o consumo alimentar, já que o rumem fica incapacitado de se distender.
Vacas que parem magras, com ECC inferior a 3 não possuem reservas de energia suficientes para apresentar pico de lactação alto e uma boa produção de leite total. Vacas que criam com excesso de peso também são propensas a distúrbios metabólicas pós-parto, reduzindo a produção de leite e o escore.
Início da Lactação
Esta é a fase onde a vaca atinge sua maior produção de leite. A produção cresce diariamente até aproximadamente 60 dias pós-parto, quando a vaca atinge seu pico de lactação. Após o parto, todo o metabolismo e condição hormonal da vaca são alterados, ocorre queda da imunidade, aumento da demanda nutricional, estresse do parto e início da lactação.
A alimentação nas 3 primeiras semanas pós-parto deve ser completa em termos de nutrientes, já que neste período a mudança que ocorre e muito grande em um curto período de tempo. É nesta fase que o fornecimento de concentrado para suprir o déficit da forragem é maior.
O consumo é crescente após o parto, sendo máximo de 30 a 60 dias após o pico de lactação. Daí é comum a perda de peso da vaca no início, já que tem que utilizar reservas corporas para suprir as demandas energéticas.
O principal objetivo em separar as vacas em início de lactação com uma dieta diferenciada é maximizar o pico de lactação e minimizar a perda na condição de escore corporal.
Meio de lactação
É neste período que ocorre o máximo consumo do animal, por volta de 100 a 110 dias pós-parto, a produção de leite apesar de ainda ser alta, está em declínio e tem início a reposição de condição corporal. As exigências em energia, proteína, minerais e vitaminas são menores que na fase anterior. Ajustes devem ser feitos na ração, com redução no teor de concentrado da mesma.
Final da Lactação
Nesta fase a ingestão de nutrientes é bem maior que a demanda, já que a produção já está em franco declínio. O fornecimento de concentrado deve ser interrompido ou reduzido, pois nesta fase é o período de maior reposição de escore. Excesso de concentrado nesta fase, além de elevar os custos de produção pode favorecer a ocorrência de vacas com condição corporal excessiva, fator predisponente para distúrbios metabólicos pós-parto.
Por: Felipe Chaves - Revista Agropecuária
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