Dicas para o melhor descarte de vacas leiteiras

A interpretação dos índices reprodutivos e de produção que favoreçam o melhor descarte de vacas que dão prejuízo ao negócio é necessária, mas muitos produtores não contam ainda com um controle zootécnico e sanitário eficiente muito menos com controle leiteiro para conhecer as suas vacas, a fim de possam traçar critérios de seleção e de descarte das vacas produtoras de leite na fazenda.

Considerando que a renda de uma fazenda leiteira se deve ao volume de leite vendido e a venda de animais e que a taxa de reposição de vacas leiteiras afeta a receita da propriedade e o ganho genético dos animais nas características que estão sendo selecionadas, a decisão de descartar ou manter uma vaca no rebanho baseia-se na expectativa sobre o desempenho na produção de leite desse animal. Portanto, é preciso muita informação antes de decidir descartar uma vaca leiteira.

Dessa forma, o produtor precisa fazer o controle leiteiro e conhecer suas vacas para descartar corretamente. O controle leiteiro informa ao produtor a produção de uma vaca durante toda a sua lactação, determina o que cada vaca contribui para a renda da propriedade, permite o descarte técnico dos animais de menor produção aumentando a renda líquida do rebanho, identifica as melhores bezerras que serão mantidas no rebanho e identifica vacas com alto teor de gordura e proteína.

As características que definem uma boa vaca de leite são: alta produção de leite com alta percentagem de gordura e proteína; vida útil ou produtiva longa; boa conformação de úbere que reduz a incidência de mastite; ausência ou quantidade mínima de problemas da reprodução; conversão alimentar eficiente para produção de leite; boa conformação de cascos; e vaca saudável com boa resistência, que minimiza a incidência de doenças.

A seleção de vacas de leite pode ser baseada na produção de leite a pasto, fertilidade e peso, dependendo de cada produtor. No entanto, é preciso não descuidar da seleção para características raciais e o tipo funcional, observando sempre úbere bem aderido, tetas curtas, pernas e pés com ângulos corretos e finalmente uma boa capacidade corporal, para garantir a ingestão de forragem, visando produção econômica de leite.

Outras características que podem definir a seleção são: os índices reprodutivos e produtivos como idade do primeiro parto, intervalo entre partos, período seco, porcentagem e produção de gordura; a rusticidade funcional, que é a capacidade de a vaca ter boas produções de leite a partir da pastagem; e altas produções e com as características de uma raça pura, a partir de produção por confinamento.

O descarte de vacas de leite pode ser classificado como: descarte voluntário, feito quando as vacas são vendidas para produzir leite para outro produtor; e descarte involuntário, quando as vacas são descartadas por problemas de mastite, problemas de pé e pernas, reprodutivos, problemas de úbere, traumatismos, etc. Um trabalho de seleção precisa também considerar doenças do rebanho como a brucelose, a tuberculose e doenças da reprodução.

A correção do manejo reprodutivo e alimentar contribui para diminuir descartes involuntários e permite maior escolha das novilhas para reposição, aumenta o número de animais descartados voluntariamente e otimiza a renda do produtor.

Além disso, é válido acrescentar que descartes por problemas reprodutivos sugerem animais mais velhos; descarte de vacas com elevados intervalos entre partos causados por restrição alimentar ou deficiência deve ser evitado; descarte por problemas reprodutivos melhora o rebanho a cada geração. Novilhas tardias com dificuldade de emprenhar devem ser descartadas rigorosamente; descarte por problemas de pernas e pés, geralmente é feito em animais mais velhos com período longo de permanência no rebanho; vacas de baixa produção de leite devem ser descartadas rigorosamente.

Animais descartados por baixa produção de leite, em relação às outras vacas, geralmente, são descartados jovens, no entanto, o produtor precisa dar uma segunda chance antes de descartar uma vaca após a primeira lactação; pois as vacas de primeira cria, quase sempre apresentam problemas que podem afetar a lactação. A produtividade das vacas e a maior incidência de doenças podem ser motivos suficientes para o descarte do animal, os problemas de casco, de aprumo, de ligamentos do úbere, são grandes influenciadores de descarte.

Com base no exposto, com a adoção de critérios de controle leiteiro, o rebanho obterá uma constante evolução nos seus índices de produção de leite e ao eliminar as vacas inferiores poderá dar um melhor padrão leiteiro a vacada.

    Fonte: Nutroeste Adaptação: Revista Agropecuária

 

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