As micotoxinas são compostos nocivos produzidos por fungos filamentosos (fungi). Elas podem ser produzidas no campo, na pré-colheita, ou no armazenamento, em póscolheita.
As micotoxinas da pré-colheita mais importantes que afetam os ruminantes incluem a Aflatoxina e as diversas micotoxinas Fusarium. A silagem é uma fonte importante de micotoxinas pós-colheita e estas podem incluir micotoxinas de Aspergillus e Penicillium. Pouco se conhece sobre a toxicidade individual para ruminantes das muitas micotoxinas encontradas na silagem, porém, o efeito mais importante destes compostos é que muitos deles têm propriedades antibióticas que podem prejudicar a função do rúmen.
As questões que envolvem aflatoxinas são geralmente relacionadas à segurança alimentar mais do que à eficiência de produção. A aflatoxina é uma hepatocarcinogênica potente e os níveis máximos de aflatoxina no leite são frequentemente regulamentados como um problema de saúde pública. As micotoxinas Fusarium atuam em quatro níveis, incluindo: (1) efeitos comportamentais mediados através do cérebro, incluindo o consumo de alimento reduzido (2) a integridade danificada do trato intestinal, o que reduz a eficiência da absorção de nutrientes (3) efeitos sobre a imunidade resultando em imunossupressão e (4) efeitos negativos sobre a reprodução. Recentemente, a atenção foi voltada para as micotoxinas mascaradas ou escondidas. As plantas são capazes de alterar a natureza química das mictoxinas Fusarium conjugando-as com a glicose e outras moléculas. Tais conjugações são chamadas de micotoxinas mascaradas porque elas não podem ser detectadas pelas técnicas analíticas convencionais. No entanto, elas são retornadas ao seu estado livre através da ação de enzimas e microorganismos no rúmen e no trato digestivo. Elas são, portanto, tóxicas, mas não detectáveis.
Isso nos ajuda a entender por que às vezes observamos surtos de micotoxicoses, mesmo quando o alimento é analisado e revela conter somente baixas concentrações de micotoxinas. Formas mascaradas de micotoxinas têm sido relatadas para DON (vomitoxina, desoxinivalenol), zearalenona, fumonisina, toxina T-2, toxina HT-2, nivalenol e fusarenona-X. As análises convencionais provavelmente subestimam a contaminação com micotoxinas dos alimentos tornando-as verdadeiras ameaças ocultas.
Fonte: Trevor K. Smith, Ph.D., P.Ag., Professor Universitário, Departamento de Ciência Animal e Avícola, Universidade de Guelph, Guelph, Ontário, Canadá, N1G 4K3 Adaptação: Revista Agropecuária
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