Manejo estratégico de pastagem na pecuária bovina

 

No Brasil, a produção de gado de leite ou para corte é feita predominantemente de forma extensiva à pasto. É um método que se desenvolve desde o início da pecuária no país, afirmado pelas grandes extensões rurais, além de ser a fonte mais econômica.

A produtividade da pecuária (leite ou corte) à pasto está diretamente relacionada com o potencial da forrageira, sua adaptabilidade ao ecossistema e principalmente com o manejo adotado. As forrageiras são tradicionalmente classificadas em três grupos quanto à sua exigência nutricional. Observe:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Deve-se separar as áreas mais férteis da propriedade ao plantio das forrageiras, evitando gastos excessivos com correção de solo para obtenção de boa produtividade.

Outro ponto importante, se refere a relação exigência nutricional da forrageira x umidade do solo. A escolha correta da pastagem, adaptadas as condições de humidade do solo, permitirá bons resultados produtivos. Para áreas sujeitas a alagamento deve-se preferir os capins, braquiaria-de-brejo, capim-bengo, humidicola e estrela africana, ordenados de acordo com o nível de tolerância. Em regiões com topografia muito acidentada, caso típico dos topos dos "mares-de-morros" mineiros, devem preferentemente ser deixadas como áreas de reserva permanente. Nas áreas medianas acidentadas devem ser utilizadas forrageiras estoloníferas/decumbentes como é o caso de alguns capins dos gêneros Brachiaria (decumbens e humidicola) e do Cynodon (coastcross, tifton).

Após os passos destacado anteriormente, chegamos a um ponto fundamental: o manejo correto das pastagens. Como ponto básico do bom manejo, manter o equilíbrio entre a taxa de lotação e a taxa de acúmulo de massa forrageira, ou seja, a oferta de forragem (quantidade e qualidade) é crucial. Para isso é necessário compreender a dinâmica dos componentes do ecossistema de pastagem: forrageira (potencial produtivo, taxa de crescimento, adaptabilidade), solo (fertilidade, textura, topografia) clima, animal (comportamento ingestivo, taxa de lotação). A taxa de lotação, o número de cabeças/ha, novilhos/ha e vacas/ha devem variar dentro e entre estações do ano em função da oferta de forragem. Essa oferta depende da taxa de crescimento das forrageiras que por sua vez, varia em função do clima e condições temporais (chuva, temperatura, radiação solar). Em diversas regiões brasileiras observa-se variação nas taxas de crescimento entre estação e nas diferentes ecoregiões.

Existem basicamente dois sistemas de pastejo: o pastejo contínuo (lotação contínua) e o pastejo rotacionado (lotação rotacionada). Os demais são derivações do pastejo rotacionado, tais como pastejo alternado, pastejo diferido, etc. Observe na figura abaixo o manejo em ambos os sistemas:

Com a adoção de manejo estratégico das pastagens é possível elevar consideravelmente a sua produtividade e manter a sustentabilidade do sistema de produção.

O uso de adubação e em alguns casos, de irrigação, implica no refinamento maior desse manejo, a fim de aumentar a eficiência produtiva.

Apenas assim se consegue garantir a produtividade sustentável do sistema de produção e do agronegócio. O manejo incorreto das pastagens é o principal responsável pela alta proporção de pastagens degradadas observada em todas as regiões do Brasil.

 

            Fonte: CEPLAC Adaptação: Revista Agropecuária                              

 

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