O último ano foi de desafios para a pecuária leiteira. Enquanto, segundo a Embrapa, o pecuarista teve um cenário médio de crescimento de produção, a indústria perdeu margem de lucro. Dentro desse cenário, pode parecer complicado conseguir uma boa rentabilidade com a pecuária leiteira brasileira.
Contudo, o cenário se mostra favorável ao pecuarista que busca aplicar conhecimento e novas técnicas para o melhoramento do rebanho. Isso porque, já existem práticas que permitem uma redução dos custos ao mesmo tempo que a produtividade média do rebanho aumenta. São práticas de manejo nutricional, gestão da propriedade, conhecimento de mercado e de manejo reprodutivo do rebanho que, quando agregadas à rotina da fazenda melhoram a eficiência, agindo diretamente em índices de qualidade e produtividade.
Assim, o pecuarista leiteiro deve estar ciente de alguns pontos que produtores de sucesso têm em comum. Traçando um panorama de rebanhos eficientes é possível verificar que eles possuem em comum:
Bom planejamento genético;
Práticas de bem-estar animal;
Tecnologias aliadas a mão-de-obra;
Investir na formação de pastos;
Cuidados com a sanidade do rebanho;
Manejo nutricional eficiente.
Vale ressaltar que, existem sim diferenças de níveis tecnológicos entre as propriedades e regiões onde se encontram no país. Contudo, é possível que o produtor absorva conhecimento de propriedades altamente tecnológicas e aplique em seu rebanho, adequando à sua realidade.
Pensando nisso, queremos com esse artigo, traçar quais as principais raças de bovinos de leite atualmente no país, bem como as tendências desse mercado para o próximo ano. Continue lendo e veja todas as informações!
Dentro dos pontos comuns à propriedades de sucesso na pecuária de leite, está o bom planejamento genético do rebanho. Essa questão passa, diretamente, pelas principais raças leiteiras presentes no Brasil. Isso porque, para que o sistema de produção e o modelo de gerenciamento sejam estabelecidos é preciso, antes de mais nada, determinar a raça do rebanho leiteiro.
Para propriedades com rebanho leiteiro confinado, por exemplo, a preferência é por animais de alta produção e grande porte. O que não é verdade para sistemas menos ou pouco intensivos, onde vacas medianas de produção um pouco menor são preferidas. Assim, é importante que o pecuarista conheça as raças e faça a escolha do seu rebanho baseada no sistema adotado na propriedade.
A seguir, temos uma lista das principais raças de gado de leite presentes no país e suas principais características.
A raça holandesa é conhecida pela sua boa produção de leite, com médias entre 6 e 10 mil quilos em 305 lactação. Contudo, como é uma raça de origem européia, ela não é adaptável a determinadas regiões do Brasil. Mesmo assim, quando colocado em um sistema de confinamento, dentro de condições ideais, apresenta alta produção de leite.
A jersey, também é uma raça de origem européia. Porém, é mais rústica, o que melhora sua adaptabilidade ao nosso país. Assim, é possível obter com um rebanho leiteiro jersey, boa produtividade de leite, alta fertilidade e boa longevidade dos animais. Sua produção média está em torno de 3500 a 5500 quilos em 305 dias de lactação.
Outra raça de origem européia, a pardo suíço é uma das mais antigas no mundo. Para a pecuária leiteira, estes são animais rústicos, altamente férteis e longevos. Além disso, a produtividade média está em torno de 2500 quilos em 200 dias de lactação.
São raças de origem indianas (zebuínas) que possuem boa adaptabilidade e boa resistência ao calor e à umidade do ar. Outro ponto favorável a esse grupo de raças, é a boa eficiência mesmo com alimentos de baixa qualidade nutricional, o que é favorável ao cenário médio das propriedades brasileiras. Existem três raças mais comuns dentro desse grupo que são: Gir (produção média de 777 quilos em 286 dias de lactação), Guzerá (produção média de 2071 quilos em 270 dias de lactação) e Sindi (produção média de 2266 quilos em 250 dias de lactação).
Essa raça tem origem no cruzamento entre Gir e Holandês. O objetivo desse cruzamento é fundir a alta produção do gado holandês com a adaptabilidade e resistência da raça zebuína Gir. A produção média desses animais está em torno de 500 quilos em 283 dias de lactação.
Como vimos, para conquistar bons resultados com a pecuária leiteira, é preciso levar diversos fatos em consideração. Num país como o Brasil, entender as tendências de mercado é primordial para que o produtor se prepare durante o ano e saiba responder aos estímulos desse setor.
Segundo a Embrapa, a expectativa de 2020 é de um mercado leiteiro com patamares superiores aos do início do ano passado. Expectativa essa que tende a se manter ao longo ano, de acordo com uma análise do cenário internacional, principalmente. Já no mercado interno, o consumo de produtos lácteos deve seguir apresentando crescimento.
Assim, analisando de forma simples o cenário inicialmente proposto para 2020, é importante que o manejo e a gestão das propriedades de pecuária leiteira estejam muito bem alinhados. É importante que o produtor entenda que o cenário favorece a qualidade do produto, não apenas a quantidade. Desse modo, é preciso se preparar, adquirir conhecimentos para que a propriedade esteja estruturada e atenda às exigências de mercado.
Por fim, fica claro o quanto é preciso que os pecuaristas de leite mudem o olhar em relação à sua propriedade e rebanho. E, para que isso aconteça de forma efetiva, é preciso aprender a adaptar tecnologias que dão à realidade individual de cada produtor. Essas ações terão resultados que impactam diretamente no sistema aplicado ao rebanho e no manejo dos animais.
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Fonte: Embrapa, Compre Rural e Novo Negócio